SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer defendeu a reforma trabalhista nesta segunda-feira, em mensagem divulgada nas redes sociais em celebração ao Dia do Trabalhador, ao afirmar que as mudanças na legislação vão acelerar a criação de empregos e garantir os direitos dos trabalhadores.
"Com a modernização trabalhista aprovada pela Câmara dos Deputados, a criação de postos, inclusive para os jovens, ocorrerá de forma muito mais rápida", disse em mensagem de 1º de Maio.
"A nova lei garante os direitos não só para os empregos diretos, mas também para os temporários e tercerizados, todos com carteira assinada. Por tanto, concede direitos a aqueles trabalhadores que antes não tinham", disse o presidente.
O reforma trabalhista, aprovada pela Câmara dos Deputados na madrugada da última quinta-feira, permite o trabalho intermitente, regulamenta o chamado teletrabalho e autoriza a contratação de trabalhador terceirizado para a atividade-fim da empresa.
Além disso, prevê que acordos entre trabalhadores e patrões terão validade acima da legislação . "O diálogo é a palavra de ordem", disse Temer sobre a possibilidade de acordo entre empregador e empregados.
A oposição, contudo, criticou duramente a proposta, por considerá-la um retrocesso das leis trabalhistas.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira mostrou que a maioria dos brasileiros -- 64 por cento dos entrevistados-- acredita que a flexibilização das leis trabalhista vai beneficiar mais os empresários do que os trabalhadores.
O presidente lembrou que a taxa de desemprego ainda está muito elevada, mas disse acreditar que esse quadro deve se reverter em breve, com a ajuda da equipe econômica.
"A área econômica está recuperando a confiança do país. Isso significa que terá abertura de mais empregos muito brevemente."
O Brasil fechou o primeiro trimestre com mais de 14 milhões de desempregados e uma taxa de desemprego recorde de 13,7 por cento, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE.
Temer destacou ainda que as mudanças na lei trabalhista se somam a outras medidas já tomadas pelo governo em favor do trabalhador, como a liberação dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que deve colocar em circulação quase 40 bilhões de reais na economia até julho.
"Nos últimos dois meses, 15 bilhões de reais já foram devolvidos aos trabalhadores... recurso que faz toda a diferença na hora de pagar uma dívida, comprar um bem, abrir um pequeno negócio fazer uma viagem."
Também citou o cartão reforma, abastecido com cerca de 5 mil reais para o brasileiro reformar sua casa em recursos que não terão que ser devolvidos ao governo. Segundo Temer, isso "movimentará economia e gerará empregos".
(Por Claudia Violante)