Norte-americanos estão apreensivos com medidas de Trump para expandir poder presidencial, aponta pesquisa Reuters/Ipsos

Publicado 11.09.2025, 10:16
Atualizado 11.09.2025, 10:21
© Reuters.

Por Jason Lange e James Oliphant

WASHINGTON (Reuters) - A expansão do poder executivo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo sua iniciativa sem precedentes de enviar tropas para cidades dos EUA para combater o crime e sua tentativa de assumir o controle de aspectos da economia, tem deixado os norte-americanos apreensivos, segundo uma nova pesquisa Reuters/Ipsos.

Os resultados sugerem que uma maioria substancial da população é a favor de limites ao poder presidencial e não aprova os esforços de Trump para romper normas de longa data.

"O presidente Trump não convenceu a maioria dos norte-americanos de que há uma emergência neste país que exige uma grande expansão do poder presidencial para ser resolvida", disse David Hopkins, cientista político do Boston College.

Nas últimas semanas, o governo de Trump assumiu o controle do departamento de polícia de Washington, D.C., e enviou tropas da Guarda Nacional para a cidade, alegando que a criminalidade está fora de controle. Ele também discutiu o envio de tropas para Chicago e Nova Orleans.

Em relação ao crime, apenas 32% dos norte-americanos disseram que se sentiriam mais seguros com o envio de soldados armados para as grandes cidades de seus Estados, segundo a pesquisa. Cerca de 62% dos correligionários republicanos de Trump são favoráveis a patrulhas militares nas grandes cidades, mas apenas um em cada quatro independentes tem a mesma opinião, assim como apenas um em cada 10 democratas.

Apenas um em cada cinco entrevistados disse que frequentemente se sente inseguro por causa da alta criminalidade em sua região, e apenas um terço das pessoas em geral afirmou que evita as grandes cidades devido à criminalidade, sugerindo que a maioria dos eleitores vê a criminalidade como um fenômeno que não os afeta pessoalmente. Cerca de metade dos republicanos disseram que evitam as grandes cidades por medo de se tornarem vítimas.

"As pessoas concordam que o crime e a segurança são um problema, mas acham que o abuso de poder de Trump não resolve o problema, ele o piora", disse Jesse Ferguson, um estrategista democrata veterano.

Trump também tem se empenhado na tentativa de regular a economia dos EUA, pressionando para que o governo assuma uma participação de 10% na fabricante de chips Intel e pedindo um corte nos lucros da Nvidia, outra fabricante de chips, com suas vendas na China.

Ele tentou pressionar o Federal Reserve a reduzir as taxas de juros e tentou demitir uma diretora após alegações de fraude hipotecária, acusação que a autoridade negou.

O presidente enfrenta contestações legais às suas tarifas em vários países, alegando que os desequilíbrios comerciais constituem uma emergência nacional. Ele também ameaçou retaliar empresas norte-americanas, como a Apple, se elas não expandirem suas operações domésticas.

A pesquisa Reuters/Ipsos revelou que apenas 16% dos norte-americanos em geral -- incluindo 2% dos democratas e 34% dos republicanos -- acham que seria bom para o presidente ter o poder de definir as taxas de juros e dizer às empresas onde fabricar produtos.

O índice de aprovação geral de Trump permanece estável em 42%, de acordo com a pesquisa, com nove em cada dez republicanos apoiando-o.

A maioria esmagadora dos eleitores dos EUA quer que seu presidente respeite a autoridade dos tribunais federais, com nove em cada dez democratas e sete em cada dez republicanos dizendo que o presidente deve acatar as decisões judiciais, mesmo que discorde delas.

A pesquisa, que foi realizada online e em todo o país, reuniu respostas de 1.084 adultos norte-americanos. A margem de erro foi de 3 pontos percentuais para todos os entrevistados, e entre 5 e 6 pontos para republicanos, democratas e independentes.

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