Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Árbitros da Organização Mundial do Comércio (OMC) avaliarão um pedido dos Estados Unidos para impor bilhões de dólares em sanções a produtos europeus após uma decisão final da OMC que concluiu que a União Europeia (UE) concedeu subsídios ilegais à Airbus.
O pedido de retaliação por perdas sofridas pela concorrente Boeing, na disputa de longo prazo sobre queixas de benefícios ilegais concedidos a fabricantes de aeronaves, adiciona combustível à crescente tensão comercial transatlântica.
A comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, disse em Bruxelas que espera que uma missão da UE aos EUA ajude a resolver uma disputa comercial ligada ao aço e ao alumínio, mas que o bloco está preparando uma lista de importações dos EUA se Washington impuser tarifas sobre os carros europeus.
Os Estados Unidos entraram com o pedido na OMC na sexta-feira passada para que três juízes estabeleçam o nível de sanções retaliatórias, disse o órgão de comércio global em um documento divulgado na quinta-feira, que não indica o montante de sanções solicitadas. A arbitragem da OMC deve levar cerca de um ano.
O órgão de apelação da OMC decidiu em 15 de maio que a UE falhou em remover os empréstimos subsidiados do governo para o maior avião de passageiros do mundo, o A380, e para o mais novo jato de longa distância da Europa, o A350, causando perdas para Boeing e trabalhadores aeroespaciais norte-americanos.
Essa foi a primeira das duas principais decisões sobre subsídios a fabricantes de aeronaves previstas para este ano. A UE tem enfrentado uma disputa paralela e duradoura com os EUA por causa de um apoio ilegal que diz que Washington deu à Boeing, e Malmstrom disse que quer que esse julgamento também seja discutido antes de iniciar qualquer negociação.