Investing.com - Mercados financeiros do mundo todo se concentrarão em um importante lote de dados econômicos dos EUA na semana a seguir, com destaque para o relatório de inflação, na busca de mais indicações sobre o momento do próximo aumento da taxa de juros do Federal Reserve.
Agentes de mercado também se concentrarão na decisão de política monetária do Banco da Inglaterra em meio a apelos recentes dos decisores da instituição por taxas de juros mais altas nos próximos meses.
O anúncio de política monetária do Banco Nacional Suíço também estará em foco.
Na Ásia, a China deve divulgar dados mensais sobre a produção industrial em meio a sinais recentes que a dinâmica da segunda maior economia do mundo continua forte.
Além disso, a Austrália publicará relatório de empregos, que desperta muita atenção, já que investidores buscam mais indícios sobre o crescimento da renda e o curso da inflação.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Dados da inflação dos EUA
O Departamento de Comércio publicará os números da inflação em junho às 09h30 (horário de Brasília) na próxima quinta-feira. Analistas de mercado esperam que os preços ao consumidor tenham subido 0,3%, ao passo que o núcleo da inflação tem projeção de aumento de 0,2%.
Em base anual, o núcleo do IPC tem projeção de aumento de 1,6%. O núcleo dos preços é visto pelo Federal Reserve como uma melhor aferição da pressão inflacionária de longo prazo porque exclui as categorias voláteis de alimentação e energia. O banco central tenta normalmente chegar a 2% no núcleo da inflação ou menos.
Os mercados continuam a duvidar que o Fed eleve as taxas de juros mais uma vez neste ano por conta de preocupações com a perspectiva moderada de inflação, mas esperam amplamente que o início do processo de redução do balanço patrimonial ocorra em setembro.
Além dos dados da inflação, o calendário com muitos dados desta semana também traz relatórios sobre vendas no varejo, preços ao produtor e pedidos semanais de seguro-desemprego, bem como produção industrial, ofertas de empregos JOLTS e leitura preliminar sobre a percepção do consumidor de Michigan. Um estudo sobre condições industriais na região de Nova York também está na agenda.
Investidores provavelmente também continuarão a acompanhar as mais recentes notícias de Washington a respeito da reforma tributária. Preocupações com o impacto do furacão Irma no crescimento econômico e a tensão crescente entre os EUA e a Coreia do Norte também estarão em foco.
2. Anúncio de política monetária do Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciará sua decisão sobre a taxa de juros às 08h00 (horário de Brasília) da próxima quinta-feira. A maioria dos economistas espera que o banco central mantenha as taxas de juros em seus níveis mínimos recordes, já que a economia em dificuldades e os temores com o Brexit neutralizam quaisquer preocupações com a inflação ficando acima da meta.
Alguns decisores do BoE começaram a pedir taxas mais altas de juros nos próximos meses devido a um aumento recente na inflação, que foi causa, em grande parte, pela queda no valor da libra após a decisão do Brexit no ano passado.
No entanto, uma série recente de dados fracos e mais incertezas quanto ao impacto do Brexit na economia arrefeceram as especulações de que o BoE estaria pronto para começar a remover seu estímulo em nível de crise.
Além do BoE, investidores também se concentrarão nos relatórios mensais de inflação e de empregos para mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
3. Avaliação de política monetária do Banco Nacional da Suíça
A avaliação trimestral de política monetária do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em alemão) está prevista para quinta-feira às 04h30 (horário de Brasília). A maior parte dos economistas espera que a taxa de juros de referência permaneça inalterada em -0,75%.
O SNB também deve manter seu compromisso de intervenções no câmbio para reduzir a demanda pelo franco.
Thomas Jordan, presidente do SNB, repetiu recentemente que o franco suíço está “significativamente sobrevalorizado”.
4. Produção industrial da China
A China deverá divulgar seus números de agosto sobre a produção industrial por volta das 23h00 (horário de Brasília) de quarta-feira, em meio a expectativas de aumento de 6,6% em comparação ao ganho de 6,4% em julho.
Ao mesmo tempo, a nação asiática divulgará relatórios de agosto sobre investimento em ativos fixos e vendas no varejo.
A economia da China cresceu 6,9% no segundo trimestre, o que foi mais do que o esperado e compatível com o ritmo do primeiro trimestre, com sustentação de fortes exportações, produção industrial e consumo.
5. Relatório de empregos da Austrália
A Austrália deverá divulgar dados de agosto sobre empregos às 22h30 (horário de Brasília) de quarta-feira.
O consenso das previsões indica que os dados mostrarão que houve acréscimo de 19.200 no mês passado, na sequência do aumento de 27.900 em julho, e a taxa de desemprego deve permanecer estável em 5,6%.
O Banco da Reserva da Austrália manteve suas taxas de juros inalteradas no nível mínimo recorde de 1,5% pela 12º reunião seguida no início desse mês e manteve sua posição de política monetária neutra, já que a instituição equilibra o risco de alimentar ainda mais o crédito no mercado imobiliário aquecido do país frente à inflação morna.
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