BRASÍLIA (Reuters) - O uso do cartão de débito no Brasil aumentou sua representatividade para 20 por cento do faturamento do comércio, sobre 14 por cento em 2013, mas os pagamentos em dinheiro seguiram na liderança disparada, apontou o Banco Central nesta quinta-feira.
O uso do dinheiro em espécie, entretanto, caiu a 50 por cento, sobre 55 por cento cinco anos antes, de acordo com a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", feita em abril.
O BC informou ainda que as vendas com cartão de crédito ficaram estáveis, respondendo por 25 por cento do total, ao passo que o uso de cheques passou a apenas 1 por cento, queda de 2 pontos percentuais.
"Para compras de até 10 reais, 87,9 por cento preferem utilizar dinheiro. Esse índice diminui com pagamentos de maior valor. Para desembolsos de mais de 500 reais, a maior parte (42,6 por cento) prefere cartão de crédito", disse o BC.
O BC tem adotado medidas para reduzir o custo do cartão de débito para o comércio, como a limitação a partir de 1º de outubro para a tarifa paga pelas empresas credenciadoras aos emissores do cartão.
Ao mexer na chamada tarifa de intercâmbio, o BC buscou estimular a maior competição entre as credenciadoras --empresas como Cielo (SA:CIEL3), Rede (unidade de processamento de cartão do Itaú Unibanco) e GetNet, do Santander Brasil (SA:SANB11). Na prática, haverá barateamento para as companhias e a expectativa do BC é que isso seja repassado aos lojistas e, na sequência, aos consumidores.
O BC quer que o cartão de débito seja visto --e utilizado-- para pagamentos e o cartão de crédito como instrumento de financiamento, com os custos envolvidos em ambas as modalidades mais explícitos aos consumidores, reduzindo assim os subsídios cruzados.
Em outra investida nessa frente, o governo também passou a permitir a diferenciação de preços entre compras feitas no débito e no crédito.
(Por Marcela Ayres)