Por Trinna Leong
KUALA LUMPUR (Reuters) - Pessoas fizeram um minuto de silêncio e vestiram preto por toda Malásia, nesta sexta-feira, dia de luto no país sul-asiático para marcar a volta dos primeiros 20 corpos dos cidadãos mortos na queda de um avião no mês passado.
O voo MH17 da Malaysian Airlines caiu depois de aparentemente ter sido abatido por um míssil sobre o leste da Ucrânia em 17 de julho, agravando um ano trágico para o país na esteira do chocante desaparecimento de outro avião da empresa aérea, em março.
Bandeiras foram postas a meio mastro e os jornais pintaram suas primeiras páginas de preto em homenagem às 20 vítimas entre os 43 malaios mortos no avião, que levava 298 pessoas entre passageiros e tripulação, na maioria holandeses.
O rei da Malásia, Abdul Halim Mu'adzam Shah, e o primeiro-ministro, Najib Razak, uniram-se aos parentes das vítimas e funcionários da Malaysia Airlines em uma cerimônia no Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur para receber o voo especial de Amsterdã com os restos mortais.
"Hoje pranteamos a perda de nosso povo. Hoje, começamos a trazê-los para casa", disse Najib em comunicado.
No país multi-étnico, onde as tensões entre diferentes grupos e religiões costumam ser intensas, a população se uniu na dor e todos fizeram orações para os mortos.
"Vemos malaios unidos por uma causa hoje. Mas o assunto não está encerrado enquanto os criminosos não forem sujeitos à justiça", disse Anthony Loke, parlamentar da oposição.
Antes de serem levados a Amsterdã, corpos e destroços do voo MH17 ficaram espalhados por campos floridos em Donetsk, região do leste ucraniano em poder dos rebeldes antigoverno suspeitos de terem abatido o avião malaio acreditando se tratar de um avião militar da Ucrânia.
Os combates entre os separatistas pró-Rússia e forças ucranianas atrapalharam as investigações e a busca por mais restos.
A queda do voo MH17 ocorreu quatro meses após o desaparecimento do voo MH370, com 239 pessoas a bordo. Nenhum vestígio da aeronave ou dos passageiros, que seguiam de Kuala Lumpur a Pequim. foi encontrado desde então.
"Está sendo um ano difícil, mas a vida segue adiante, e estamos aqui para apoiar continuamente uns aos outros", disse uma comissária de bordo com uniforme e segurando uma rosa branca.