São Paulo, 15 mar (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina seria 16% maior se a participação das mulheres no mercado de trabalho fosse igual a dos homens, afirmou nesta quinta-feira o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luís Alberto Moreno, durante o Fórum Econômico Mundial, em São Paulo.
"A paridade de gênero é importante não só como questão de igualdade. Também pode render dividendos de crescimento imenso", disse Moreno no lançamento de um grupo de trabalho sobre o tema, uma colaboração público-privada desenvolvida no fórum.
"Se a nossa região atingisse a paridade na participação na força de trabalho, o PIB poderia subir 16%", afirmou o presidente do BID.
Depois de Argentina, Chile e Panamá, o Peru é o último país da região a adotar o modelo aplicado na América Latina pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o BID.
Com desigualdade média de 29,8% no mercado trabalhista, a América Latina fica atrás do Leste Europeu e da Ásia Central no índice.
Atualmente, o Peru ocupa o 98º lugar entre 114 países incluídos no Relatório Mundial da Desigualdade de Gênero quanto à participação econômica e oportunidades.
"A igualdade de gênero é um imperativo tanto moral como econômico", afirmou a chefe da Iniciativa de Educação, Gênero e Sistemas de Trabalho do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi.
Para ela, é urgente trabalhar sobre o tema, senão o problema levará mais de um século para ser resolvido.
"Se o ritmo da mudança que aconteceu durante os últimos 12 anos se mantiver firme no futuro, ainda levaremos mais 100 anos para reduzir a desigualdade de gênero mundial. Não podemos esperar tanto", afirmou.
O modelo de cooperação público-privada foi desenvolvido durante três anos pelos grupos de trabalho e de igualdade de gênero no Fórum Econômico Mundial no Japão, México, Coreia do Sul e Turquia.
A ideia é abordar as brechas no assunto e reconfigurar a igualdade de gênero para o futuro, diminuindo as diferenças na participação, remuneração e liderança.