Por Yawen Chen
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - O presidente do banco central da China, Yi Gang, disse no domingo que ainda vê muito espaço para ajustes nas taxas de juros e de compulsório, uma vez que os riscos das tensões comerciais com os Estados Unidos ainda são significativos.
A China enfrentou "enormes incertezas" devido ao impacto das tarifas e disputas comerciais e busca uma "solução construtiva" para as atuais tensões comerciais, disse Yi em um seminário durante as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial na ilha de Bali, na Indonésia.
"Ainda temos muitos instrumentos de política monetária em termos de política de juros e compulsório. Temos muito espaço para ajustes, caso precisemos", disse Yi.
Pequim e Washington impuseram tarifas um sobre o outro e os planos para negociações bilaterais estagnaram, provocando uma queda no mercado e pressionando a economia chinesa já enfraquecida e desvalorizando sua moeda.
Yi disse que o crescimento econômico da China ainda atingirá confortavelmente sua meta anual de 6,5 por cento em 2018, com a possibilidade de superação, acrescentando que está confortável com os atuais níveis de inflação.
A China realizou quatro cortes de compulsório este ano, liberando bilhões em nova liquidez para o mercado, e usou outras ferramentas para reduzir as taxas de empréstimos corporativos, mas Yi disse que as tensões comerciais com os Estados Unidos podem atingir ainda mais a economia.
"Acho que os riscos das tensões comerciais são significativos", disse o presidente do banco central. "Incertezas tremendas (estão) à nossa frente."
Yi disse que a postura monetária da China ainda é basicamente neutra, sem um viés de flexibilização ou aperto, acrescentando que ele acredita que a quantidade de liquidez injetada no mercado é apropriada para estabilizar a alavancagem.