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Reestruturadoras de dívida corporativa se preparam para banquete após anos de penúria

Publicado 14.03.2018, 18:08
© Reuters.  Reestruturadoras de dívida corporativa se preparam para banquete após anos de penúria
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Por Jessica DiNapoli

NOVA YORK (Reuters) - À medida que a era do dinheiro barato gradualmente se aproxima de um fim e a inflação e as taxas de juros em alta assombram o mercado há nove anos altista em Wall Street, uma parte do mercado financeiro está celebrando.

Especialistas em reestruturação da dívida estão se preparando para uma recuperação dos negócios, mais calotes de dívidas e estresse financeiro em geral, um sinal ameaçador para os investidores que já foram chacoalhados pela queda do mercado acionário no mês passado.

Assessores de reestruturação de várias empresas disseram à Reuters que estão mais otimistas agora do que em qualquer momento desde a crise financeira de 2008 e começaram a se preparar para uma onda de renegociação de dívidas que pode começar já no próximo ano e durar anos.

"Estamos recrutando pesadamente, pessoas juniores, MBAs, pessoas operacionais... Estamos vendo crescimento significativo e contratação significativa", disse Lisa Donahue, líder global da prática de reestruturação da consultoria AlixPartners LLP.

Essa confiança reflete a visão de que o aumento das taxas de juros tornará mais difícil para as empresas em dificuldades tomar recursos emprestados ou rolar suas dívidas, uma vez que a era de um crédito barato e abundante alimentado pelas políticas de taxa de juro zero e compra de ativos do Federal Reserve se aproxima de um fim.

Os profissionais de reestruturação também apontam para saídas de recursos do mercado de dívida com grau especulativo (junk), uma fonte de financiamento crucial para tomadores que tem classificação de crédito mais baixa, o que lentamente resulta em um aumento geral nos custos para as empresas. A imposição de tarifas alfandegárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início deste mês, podem exacerbar esses medos inflacionários.

Em um dos maiores encontros anuais da indústria de reestruturação corporativa no mês passado em Las Vegas, muitos participantes falaram em um ponto de virada depois de vários anos de vacas magras.

"Eu acho que está começando a virar", disse Michael Goodman, diretor-gerente do banco de investimento SSG Capital Advisors LLC, à Reuters após a conferência da Turnaround Management Association e da Commercial Finance Association.

"Nos últimos cinco anos, se as empresas tivessem algum problema de crédito, resolveriam com uma nova dívida. Elas não poderão mais fazer isso, e os resultados são reestruturações e vendas de dívidas", afirmou.

Enquanto as empresas aproveitaram os custos de empréstimos em níveis recordes de baixa para refinanciar centenas de bilhões de dólares em dívidas corporativas classificadas como junk nos últimos seis anos, o número de ofertas de reestruturação de dívida anunciadas diminuiu praticamente para 144 negócios no ano passado, de 282 em 2009, de acordo com dados da Thomson Reuters.

A indústria conseguiu sobreviver aos tempos difíceis graças aos calotes de dívida do setor de energia gerados pela queda dos preços do petróleo em 2014, seguida de uma onda de falências de varejo causadas pelo aumento nas compras online e expansão da Amazon.com (O:AMZN) .

Agora, sinais de tensão começam a surgir em outros setores. O operador de hospitais comunitários Community Health Systems Inc (N:CYH), com uma dívida de cerca de 14 bilhões de dólares, enfrenta vencimentos significativos nos próximos anos, à medida que as taxas de juros começam a aumentar. A Miner Murray Energy Corp, que resistiu a uma derrocada dos preços do carvão, viu seus bônus 2021 caírem quase 20 por cento no início deste ano para cerca de 44 centavos por dólar do valor de face.

Em outro sinal promissor para o negócio de reestruturação, os fundos de títulos de dívida junk com base nos EUA estão têm experimentado saídas líquidas por oito semanas consecutivas, a sequência mais longa desde 2007. Até agora no ano, as saídas soam 13,73 bilhões de dólares, ante apenas 743 milhões de dólares um ano atrás.

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