Genebra, 14 nov (EFE).- A riqueza em mãos privadas na América Latina aumentou 3,9% até chegar a US$ 8,1 trilhões entre meados de 2016 e de 2017, segundo um estudo da entidade financeira Credit Suisse divulgado nesta terça-feira.
Em nível global, o estudo determinou que a riqueza mundial em mãos privadas aumentou entre meados de 2016 e meados de 2017 6,4% ou US$ 16,7 trilhões, o que representa o maior ritmo de crescimento desde 2012 e uma riqueza global de US$ 280 trilhões.
De acordo com o trabalho do banco suíço, a riqueza por adulto na América Latina se situa atualmente em US$ 19,04 mil, o que representa um aumento de 2,1%.
Em comparação, a média em nível global é de US$ 56,5 mil, o que representa um aumento de 4,9% e um novo recorde.
No entanto, a brecha entre os que mais têm e os que menos têm em nível global é considerável, dado que no ranking de distribuição da riqueza pode-se observar que 3,5 bilhões de pessoas, equivalentes a 70% de todos os adultos no mundo, possuem menos de US$ 10 mil.
O estudo destaca que na América Latina há atualmente 460 mil pessoas com mais de US$ 1 milhão, e projeta que para 2022 serão 54% a mais, ou seja 706 mil.
Em nível global, há 36 milhões de milionários atualmente, após a soma de 2,3 milhões novos em um ano.
Por países na região, o Brasil conta com 164 mil milionários e está previsto um aumento de 81% até 2022, até 296 mil.
No México existiam 84 mil milionários em meados de 2017, número que deve aumentar até 88 mil dentro de cinco anos.
Os argentinos, por sua vez, contam entre eles com 30 mil milionários, número que experimentará um aumento de 127% até 2022, data na qual haverá 68 mil, segundo o relatório.
A América do Norte e a Europa somam 64% da riqueza dos lares, seguidas pela região Ásia-Pacífico (sem China e Índia), China, América Latina, Índia e África.
O relatório analisa em mais detalhe as economias do Brasil e do Chile, e afirma no caso do gigante sul-americano que o país sofreu uma crise que minguou a riqueza por adulto 35% desde 2011.
O Brasil está entre os muitos países nos quais a maioria dos cidadãos possue uma riqueza de entre US$ 10 mil e US$ 100 mil, mas a desigualdade é relativamente elevada.
Só 1% dos mais ricos possui 44% da fortuna dos lares no país.
A riqueza no Brasil soma US$ 2,5 trilhões e a fortuna por adulto está situada atualmente em US$ 17,4 mil.
No caso do Chile, uma das economias mais fortes da América Latina, o país registra uma riqueza de US$ 700 bilhões e 57 mil pessoas com uma fortuna superior a US$ 1 milhão.
De acordo com o relatório do Credit Suisse, 79 mil adultos se encontram dentro os 1% mais rico do mundo.
A riqueza por adulto nesse país chega a US$ 52,8 mil, só "um pouco" abaixo da média mundial e "é relativamente elevada" em comparação com a maioria das economias de mercados emergentes", afirma o estudo.
O Chile tem, além disso, uma proporção menor de adultos com uma riqueza abaixo de US$ 10 mil que a média mundial (37% frente a 70%) e também uma porcentagem de adultos ligeiramente com mais de US$ 100 mil que na comparação mundial (8% comparado com 9%).