BRASÍLIA (Reuters) - O programa Rota 2030, que substituirá o Inovar-Auto a partir de 2018, deve manter uma alíquota extra de 10 ou de 15 por cento do IPI para as montadoras que não fizerem investimentos em pesquisa e inovação, indiferentemente terem produção interna ou importarem, disse nesta terça-feira o presidente Anfavea, Antonio Megale.
Megale e outros representantes da indústria se reuniram nesta manhã com o presidente Michel Temer e ouviram que "em breve" o governo teria boas notícias no setor.
O Inovar-Auto, que termina no final deste ano, foi considerado fora das regras pela Organização Mundial do Comércio por diferenciar veículos produzidos no Brasil e importados. O governo da ex-presidente Dilma Rousseff decidiu sobretaxar em 30 por cento os automóveis importados até que as empresas montassem fábricas no Brasil.
Segundo Megale, o Rota 2030 terá uma alíquota extra do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 10 ou de 15 por cento, que poderá ser reduzida de acordo com os investimentos e metas a serem feitos em pesquisa e inovação. No caso das importadoras, as empresas poderão, por exemplo, investir em fundos de pesquisa no Brasil.
Questionado se não haveria incentivo para novas empresas se instalarem no país, Megale afirmou este não é o objetivo agora.
"O objetivo agora não é mais trazer mais capacidade produtiva. Capacidade instalada já existe. O que se pretende é dar mais avanço a eficiência energética, tecnologia e inovação", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)