Rússia desenvolve projeto secreto de drones na China

Publicado 25.09.2024, 15:43
Rússia desenvolve projeto secreto de drones na China

Em um desenvolvimento significativo, a Rússia iniciou um programa clandestino de drones na China com o objetivo de produzir drones de ataque de longo alcance para uso no conflito contra a Ucrânia. Esta informação provém de fontes de inteligência europeias e documentos corroborantes.

O drone, denominado Garpiya-3 (G3), foi desenvolvido pela IEMZ Kupol, uma subsidiária da fabricante de armas estatal russa Almaz-Antey. Relatórios ao ministério da defesa russo do início deste ano detalham a colaboração da Kupol com especialistas chineses no desenvolvimento e testes de voo do modelo G3.

A Kupol também comunicou sua capacidade de produzir em massa esses drones, incluindo o G3, em uma fábrica na China, com a intenção de utilizá-los no que Moscou se refere como "operação militar especial" na Ucrânia.

Apesar dos pedidos de comentários, não houve resposta da Kupol, Almaz-Antey ou do ministério da defesa russo. Por outro lado, o ministério das relações exteriores da China afirmou desconhecer tal projeto e enfatizou as rigorosas medidas de controle do país sobre as exportações de drones.

O drone G3, segundo relatórios da Kupol, pode viajar aproximadamente 2.000 km carregando uma carga útil de 50 kg. Amostras do G3 e outros modelos de drones produzidos na China foram enviados para a Kupol na Rússia para testes adicionais, novamente envolvendo especialistas chineses. No entanto, não há informações disponíveis sobre as identidades dos especialistas chineses em drones envolvidos no projeto.

A entrega de sete drones militares da China para a sede da Kupol em Izhevsk, Rússia, foi documentada em faturas de uma empresa russa atuando como intermediária com fornecedores chineses. Essas faturas incluem solicitações de pagamento em yuan chinês, mas não especificam datas de entrega ou as identidades dos fornecedores chineses.

De acordo com fontes de inteligência, a chegada das amostras de drones à Rússia representa a primeira evidência sólida de UAVs completos fabricados na China sendo entregues à Rússia desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022. As fontes solicitaram anonimato devido à natureza sensível das informações e omitiram certos detalhes dos documentos.

Pequim tem consistentemente negado qualquer envolvimento no fornecimento de armas à Rússia para o conflito na Ucrânia, mantendo uma postura de neutralidade e destacando seu contraste com outras nações que acusa de ter "padrões duplos em vendas de armas" e exacerbar a crise ucraniana.

As novas revelações sugerem que a Kupol expandiu suas atividades além do uso de motores e peças chinesas para produção de drones na Rússia, passando a obter UAVs completos da China. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia têm aumentado ativamente seus arsenais de drones, que se mostraram eficazes na guerra.

David Albright, ex-inspetor de armas da ONU, observou que, ao estabelecer a produção na China, a Kupol poderia potencialmente contornar as sanções ocidentais e obter acesso a tecnologia e expertise avançadas. No entanto, Samuel Bendett do CNAS alertou que a China provavelmente seria cautelosa para evitar as graves implicações das sanções internacionais por apoiar os esforços militares da Rússia.

O G3 é uma versão avançada do drone Garpiya-A1, redesenhado por especialistas chineses a partir dos projetos originais. Dentro de oito meses, o projeto visa produzir um UAV de ataque REM 1 projetado na China com uma carga útil de 400 kg, comparável ao drone Reaper dos EUA.

Além disso, existem planos envolvendo a Kupol, TSK Vektor e Redlepus para estabelecer uma instalação conjunta russo-chinesa de pesquisa e produção de drones na zona econômica especial de Kashgar, na província de Xinjiang. Esta base está projetada para produzir 800 drones anualmente, embora nenhum cronograma operacional tenha sido fornecido.

Na semana passada, o presidente russo Vladimir Putin anunciou que o exército russo adquiriu cerca de 140.000 drones em 2023 e planeja multiplicar esse número por dez no ano atual, enfatizando a importância da rápida adaptação às necessidades do campo de batalha.

A Reuters contribuiu para este artigo.


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