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Investing.com - A decisão dos EUA de dobrar as tarifas da Seção 232 sobre importações de aço para 50% está prestes a ter efeitos de amplo alcance nos mercados globais de aço, mas seu impacto direto no minério de ferro pode ser mais moderado — pelo menos inicialmente, segundo o UBS.
Enquanto a Associação Canadense de Aço alertou que a medida poderia "criar grande disrupção e consequências negativas nas cadeias de suprimento de aço altamente integradas", os preços do minério de ferro permaneceram relativamente estáveis até agora, sustentados por fundamentos ajustados do mercado.
Em uma nota divulgada na terça-feira, analistas do UBS afirmaram que, embora as importações de aço dos EUA tenham caído apenas cerca de 3% no acumulado do ano até abril, os produtores domésticos estão operando com aproximadamente 78% de utilização da capacidade.
As tarifas mais altas poderiam empurrar os preços do aço laminado a quente nos EUA para cerca de US$ 1.000 por tonelada curta, partindo dos níveis atuais próximos a US$ 840, potencialmente incentivando o aumento da produção doméstica e a reativação de capacidade.
No entanto, os analistas destacam uma preocupação mais ampla. "Vemos essa escalada nas tensões comerciais (com potenciais medidas retaliatórias) como um fator negativo para o crescimento global e a demanda por minério de ferro", afirmaram na nota.
Apesar desses riscos macroeconômicos, os mercados de minério de ferro têm se mostrado resilientes. Os preços à vista estão mantidos em torno de US$ 96 por tonelada, sustentados pelos baixos estoques nos portos da China e exportações estáveis de aço.
O UBS destaca que "o preço do minério de ferro se manteve em cerca de US$ 100/t... apesar das preocupações macroeconômicas", com a oferta dos exportadores tradicionais começando a se recuperar no final de maio após um início de ano lento.
Os analistas veem o papel da China como fundamental. As exportações de aço acabado do país estão em níveis recordes, excedendo 100 milhões de toneladas até agora em 2025. Isso tem ajudado a compensar uma moderação na produção doméstica de aço e sustenta a demanda contínua por minério de ferro, mesmo com os estoques nos portos e entre comerciantes permanecendo sazonalmente baixos.
Em termos de recomendações de investimento, o UBS mantém classificações Neutras para as principais mineradoras Vale SA (BVMF:VALE3) ADR (NYSE:VALE), Rio Tinto (NYSE:RIO), BHP Group Ltd (ASX:BHP) e Fortescue Metals Group Ltd (ASX:FMG), observando rendimentos de fluxo de caixa livre em torno de 3-4% para as três principais com base nos preços à vista.
O banco observa que o impacto final na indústria de minério de ferro dependerá em grande parte da "resiliência da demanda/exportações de aço da China".
Suporte adicional para o mercado veio da recuperação nos embarques semanais de minério de ferro. Dados do UBS mostram que as exportações do Brasil atingiram 9,6 milhões de toneladas na última semana de maio, marcando o número semanal mais forte do ano até agora. Os embarques australianos também melhoraram, ajudando a estabilizar a oferta geral após volumes mais fracos no início do ano.
Enquanto isso, a atividade especulativa aumentou, com posições líquidas vendidas no contrato de minério de ferro de Dalian subindo desde o início de maio.
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