Taxas dos DIs caem com Galípolo reafirmando busca da meta e telefonema entre Lula e Trump

Publicado 06.10.2025, 17:23
Atualizado 06.10.2025, 17:28
© Reuters

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa no Brasil após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversar por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em mais um avanço das negociações comerciais entre os dois países.

Além disso, comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçaram as mensagens mais recentes da instituição, no sentido de manutenção da Selic em 15% por um período prolongado.

Apesar do avanço firme dos rendimentos dos Treasuries no exterior, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,465% no fim da tarde, ante o ajuste de 13,522% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2029 marcava 13,36%, ante o ajuste de 13,43%.

Entre os contratos longos, o contrato para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,660%, ante 13,666%.

As taxas dos DIs chegaram a oscilar em alta nos vértices mais longos da curva na abertura da sessão, acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries no exterior, mas ainda pela manhã elas perderam força e migraram para o território negativo. Os comentários de Galípolo e o telefonema entre Lula e Trump contribuíram para o movimento.

Durante evento em São Paulo, Galípolo afirmou que a dispersão da inflação tem recuado após atingir nível "bastante elevado" em abril, mas que esse processo tem se concentrado nos preços de bens, com a inflação de serviços seguindo em nível incompatível com a meta.

Ele destacou ainda que as expectativas do mercado apontam para uma inflação acima da meta até 2028 -- algo “bastante incômodo” para o BC, segundo ele. Galípolo reiterou que a instituição vai perseguir a meta de 3% de inflação e que a taxa de juros seguirá em patamar restritivo por período prolongado.

Além dos comentários de Galípolo, o mercado recebeu positivamente a notícia de que Lula conversou por cerca de 30 minutos com Trump. Segundo o Palácio do Planalto, eles concordaram em se encontrar pessoalmente em breve.

De acordo com uma fonte a par da conversa, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que teria sido o estopim para a imposição de tarifa de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras, não foi citada, assim como a possibilidade de regulamentação das "big techs".

Dois profissionais do mercado ouvidos pela Reuters afirmaram que a notícia do telefonema contribuiu para a queda das taxas dos DIs, ainda que elas já estivessem demonstrando fraqueza. Às 10h48, em meio às notícias de que Lula iria conversar com Trump, a taxa do DI para janeiro de 2028 marcou a mínima de 13,345%, em baixa de 9 pontos-base.

Perto do fechamento a curva brasileira precificava em 99% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, no início de novembro.

Pela manhã, o boletim Focus do BC indicou que a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação em 2025 foi de 4,81% para 4,80% e em 2026 seguiu em 4,28%. A projeção da Selic no encerramento deste ano permaneceu em 15% e no próximo ano em 12,25%.

No exterior, com a continuidade da paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta no fim da tarde. Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 5 pontos-base, a 4,166%.

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