(Reuters) - O presidente Michel Temer comemorou nesta segunda-feira o recuo do inflação nos últimos meses e disse que, por conta disso, espera uma queda dos juros que ajude na recuperação econômica.
"Quando nós chegamos no governo a inflação prevista era de 10,70 (por cento). Nós estamos entregando o ano passado com 6,70 (por cento), portanto, baixamos 4 pontos na inflação em seis meses", disse o presidente em evento de entrega de ambulâncias do Samu, em Esteio (RS). "Portanto, a inflação foi controlada, os juros começaram a cair", afirmou.
"É claro que eu não quero dar palpite nessa área, que é uma área muito delicada, mas certa e seguramente com a inflação caindo, naturalmente os juros irão cair, e os juros caindo, pouco a pouco, responsavelmente, e não irresponsavelmente, mas caindo responsavelmente, vai incentivar a produção e os novos investimentos no nosso país", acrescentou o presidente.
Quando Temer assumiu interinamente a Presidência, em maio, com o início do processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estava em 9,28 por cento no acumulado em 12 meses até abril.
A expectativa do mercado agora é que o IPCA termine 2016 com alta de 6,35, dentro do limite de 2 pontos percentuais da meta de inflação de 4,5 por cento. Boa parte do recuo da inflação no período, no entanto, tem sido atribuída por economistas à recessão econômica.
O número será divulgado pelo IBGE na quarta-feira de manhã, horas antes de o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidir o novo nível da taxa básica de juros. A expectativa majoritária no mercado financeiro é de um corte de 0,5 ponto percentual, dos 13,75 por cento ao ano atuais.
O presidente aproveitou o discurso também para defender o limite dos gastos públicos, cuja emenda à Constituição já foi aprovada pelo Congresso, a reforma da Previdência, em início de tramitação, e as mudanças na legislação trabalhista. Temer repetiu que também buscará uma reforma, ou pelo menos simplificação, tributária.
SEGURANÇA
Temer afirmou que um dos cinco presídios federais de segurança máxima, anunciados na semana passada após a rebelião mais violenta no país em quase 25 anos, em Manaus, será construído no Rio Grande do Sul.
E depois de usar da palavra "acidente" para descrever a chacina de 56 presos na capital do Amazonas, nesta segunda-feira Temer "ressuscitou" uma das antigas moedas brasileiras.
Ao elogiar o ministro da Saúde, Ricardo Barros, pela economia de recursos antes desperdiçados e que agora podem ser usados em equipamentos e instalações, o presidente falou em "800 milhões de cruzeiros".
Após o evento, Temer ia embarcar para Portugal, para participar do funeral do ex-presidente português Mário Soares.
(Por Alexandre Caverni)