BRASÍLIA (Reuters) - A dívida pública federal do Brasil deverá encerrar 2018 entre 3,78 trilhões e 3,98 trilhões de reais, divulgou nesta quinta-feira o Tesouro Nacional por meio do Plano Anual de Financiamento (PAF), intervalo que abre caminho para crescimento menor, de até 11,8 por cento, em relação a 2017.
No ano passado, o avanço da dívida foi de 14,3 por cento, a 3,559 trilhões de reais, dentro da faixa de 3,45 trilhões a 3,65 trilhões de reais definida para o período.
O Tesouro pontuou que, apesar do momento de retomada do crescimento econômico, maior estabilidade de preços e taxas de juros mais baixas no âmbito da política monetária, permaneciam "os esforços direcionados à consolidação fiscal, que ensejam avanços nas reformas necessárias para o equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade da dívida pública".
No PAF de 2018, o governo estabeleceu que os títulos atrelados à taxa flutuante, como a Selic, deverão representar de 31 a 35 por cento da dívida pública federal no ano, contra 31,5 por cento em 2017.
Esses papéis pós-fixados são mais demandados por investidores quando há percepção de aumento do risco, sentimento que pode se intensificar diante das incertezas ligadas às eleições presidenciais e à continuidade das reformas fiscais nesse cenário.
Representados pelas LFTs, esses títulos tiram previsibilidade para a dívida, já que flutuam com os juros. Por isso, o governo busca diminuir sua representatividade no longo prazo a 20 por cento.
Olhando para os demais títulos, os prefixados deverão continuar com maior peso na dívida, respondendo por 32 a 36 por cento do total, sobre 35,3 por cento em 2017. No longo prazo, o objetivo permaneceu de participação de 40 por cento.
Já a parcela correspondente aos títulos indexados à inflação deverá ficar entre 27 e 31 por cento em 2018, ante 29,6 por cento no ano passado, enquanto os títulos corrigidos pelo câmbio terão limite de 3 a 7 por cento do total da dívida neste ano, contra resultado de 3,6 por cento em dezembro passado.
(Por Marcela Ayres)