Por Gabriela e Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - Três cidades da União Europeia desistiram de disputar a sede da Agência Europeia de Remédios (EMA, na sigla em inglês) antes de uma votação secreta a ser realizada ainda nesta segunda-feira que decidirá seu novo lar enquanto o Reino Unido prepara sua saída do bloco, conhecida como Brexit.
Sediar a EMA e a menor Agência Europeia de Bancos (EBA), ambas atualmente localizadas em Londres, significará empregos, euros vindos dos negócios e prestígio, por isso a competição tem sido acirrada – mas também têm surgido sinais de solidariedade regional na disputa.
Malta desistiu de competir pela sede da EMA na sexta-feira e a Croácia se retirou nesta segunda-feira. Fontes de Bruxelas disseram que a Irlanda também saiu da corrida, o que deixa 16 cidades da UE no páreo pela EMA.
Mas Dublin ainda é uma das oito cidades que almejam receber a EBA.
Os dois vencedores – o país que conquistar a EMA desistirá de disputar a EBA – serão escolhidos nesta segunda-feira em uma série de votações tão complexa que é difícil prever o resultado.
O ministro estoniano para a UE, Matti Maasikas, que presidirá a sessão de votação, classificou a disputa como "um lembrete triste das consequências concretas do Brexit". O Reino Unido deixará o bloco em março de 2019.
O ministro italiano para a UE, Sandro Gozi, disse que Milão é uma boa candidata para a EMA, mas acrescentou que é "impossível" dizer como a votação transcorrerá.
A Itália está contando com o apoio de seus parceiros do sul da UE. Outro sinal de solidariedade regional foi o ministro das Relações Exteriores da Bélgica ter dito que Amsterdã fará uma boa escolha, embora a própria Bruxelas esteja disputando as duas agências.
O ministro tcheco para a UE, Ales Chmelar, afirmou que Praga, candidata à sede da EBA, espera que ao menos um dos dois organismos se mude para o leste europeu menos desenvolvido e ex-comunista, onde a capital eslovaca, Bratislava, também é uma concorrente forte pela EMA.
Apesar da competição, os 27 Estados da UE – excetuando o Reino Unido – estão determinados a evitar uma disputa prolongada e agressiva por verem a preservação da unidade como essencial no enfrentamento do Brexit, o maior revés na história da integração europeia no pós-Segunda Guerra Mundial.