Tarifa sobre Brics será aplicada somente se países adotarem políticas "antiamericanas", diz fonte

Publicado 07.07.2025, 14:25
Atualizado 07.07.2025, 15:46
© Reuters

WASHINGTON (Reuters) - O governo Trump não pretende impor imediatamente uma nova tarifa de 10% contra os membros do bloco de nações em desenvolvimento Brics, mas fará isso se os países individualmente adotarem as chamadas ações políticas "antiamericanas", de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

O presidente Donald Trump disse na noite de domingo que os EUA imporão uma tarifa adicional de 10% sobre quaisquer países que se alinhem com as chamadas "políticas antiamericanas" do grupo Brics. Isso provocou entre os membros do grupo contestações de que estivessem orientados contra os Estados Unidos.

"Uma linha está sendo traçada. Se forem tomadas decisões políticas que sejam antiamericanas, então a tarifa será cobrada", disse a fonte, que pediu anonimato porque não está autorizada a falar sobre o assunto.

O anúncio de Trump, feito no Truth Social no final do domingo, ocorreu no momento em que a Índia, a Indonésia e outros países do grupo Brics estavam negociando acordos comerciais de última hora com o governo dos EUA antes do prazo final de 9 de julho, prazo final para elevação das tarifas.

Especialistas em comércio afirmaram que a nova ameaça tarifária visa manter e aumentar a pressão sobre os países que buscam evitar as altas tarifas propostas por Trump em abril. Muitos membros e países parceiros do Brics são altamente dependentes do comércio com os Estados Unidos.

A publicação de Trump ocorreu horas depois de os líderes do Brics emitirem uma declaração na qual condenaram os ataques a Gaza e ao Irã, pediram reformas nas instituições globais e alertaram que tarifas unilaterais ameaçavam o comércio global.

A primeira cúpula do Brics, em 2009, contou com a presença de líderes do Brasil, da China, da Índia e da Rússia, com a adesão posterior da África do Sul.

Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos foram incluídos no ano passado, e a Arábia Saudita, embora aceita como membro, participa como país parceiro.

Outros países parceiros incluem Bolívia, Nigéria, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Vietnã e Uganda.

Trump mantém laços estreitos com líderes de alguns desses países, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, e vem alardeando a perspectiva de um acordo comercial com a Índia há semanas. Seu governo concluiu um acordo comercial com o Vietnã na semana passada e está em negociações sobre um acordo semelhante com a Tailândia.

Na declaração de domingo dos líderes do Brics, eles condenaram os ataques a Gaza e ao Irã por Israel, um aliado dos EUA, e pediram reformas nas instituições globais, alertando que o aumento de "medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais" ameaçava o comércio global.

Não ficou imediatamente claro se a última ameaça tarifária de Trump prejudicaria as negociações comerciais em andamento com a Índia, a Indonésia e outras nações do Brics.

A África do Sul insistiu que não era "antiamericana" e disse que suas negociações com o governo dos EUA continuavam construtivas.

A Indonésia, ansiosa para evitar uma tarifa ameaçadora de 32%, deve assinar um pacto de US$34 bilhões com os norte-americanos esta semana e se ofereceu para cortar impostos sobre importações importantes dos Estados Unidos para "quase zero", além de comprar US$500 milhões em trigo do país.

(Reportagem de Andrea Shalal)

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