Trump ameaça impor sanções à Rússia até que paz com Ucrânia seja alcançada

Publicado 07.03.2025, 16:27
Atualizado 07.03.2025, 16:30
© Reuters. Presidente dos EUA, Donald Trumpn07/03/2025nREUTERS/Leah Millis

Por Andrea Shalal e Anastasiia Malenko e Olena Harmash

WASHINGTON/KIEV (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou nesta sexta-feira as chances de impor sanções à Rússia, dias depois de interromper o auxílio e o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia, pedindo para que ambos os países se engajem na negociação de um acordo de paz.

A ameaça de Trump com restrições bancárias e tarifas vem após uma reportagem da Reuters, publicada na segunda-feira, ter informado que a Casa Branca se preparava para aliviar as sanções contra a Rússia como parte do plano para encerrar a guerra e melhorar os laços diplomáticos e econômicos com Moscou.

“Baseado no fato de que a Rússia está ‘destroçando’ a Ucrânia no campo de batalha agora mesmo, estou considerando fortemente impor grande sanções bancárias, sanções e tarifas contra a Rússia até um cessar-fogo e um ACORDO FINAL DE PAZ SER ALCANÇADO”, disse Trump.

“Para a Rússia e para a Ucrânia: à mesa de negociações agora, antes que seja tarde demais. Obrigado!!!”, acrescentou.

Forças russas quase cercaram milhares de soldados ucranianos que invadiram a região de Kursk no ano passado, uma incursão-surpresa que Kiev usou na esperança de ter uma moeda de troca em negociações de paz com Moscou.

A situação da Ucrânia em Kursk piorou muito nos últimos três dias, mostram mapas de código aberto. A contraofensiva russa praticamente dividiu as forças ucranianas em duas, separando o grupo principal de suas mais importantes linhas de suprimento.

“A situação (para a Ucrânia em Kursk) é muito ruim”, disse à Reuters Pasi Paroinen, analista militar do Black Bird Group, que tem sede na Finlândia. Não há confirmação oficial do avanço russo vinda da Rússia ou da Ucrânia, que tendem a relatar os acontecimentos do campo de batalha com certo atraso.

As forças russas também danificaram infraestruturas de energia e gás dentro da Ucrânia durante a madrugada, no primeiro grande ataque com mísseis desde que os EUA pararam de trocar informações de inteligência com a Ucrânia. Dez pessoas, inclusive uma criança, ficaram feridas, disseram autoridades ucranianas.

PEDIDO DE TRÉGUA

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que busca reforçar o apoio diplomático ocidental à Ucrânia após uma aparente aproximação entre Moscou e Washington, pediu então uma trégua de ar e água.

“O primeiro passo para restabelecer a paz real é forçar que a única fonte dessa guerra, a Rússia, interrompa tais ataques”, afirmou Zelenskiy no aplicativo de mensagens Telegram.

Moscou tem rejeitado a ideia de haver uma trégua temporária, algo que também já foi proposto por França e Reino Unido. O país disse que nunca deixará que tropas de paz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) entrem na Ucrânia, após franceses e britânicos terem sugerido a atuação de uma força europeia como garantia de qualquer acordo que seja negociado.

A Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, já sofre sanções impostas pelos EUA e seus parceiros após Moscou ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022.

As sanções dos EUA à Rússia incluem medidas destinadas a limitar suas receitas de petróleo e gás, incluindo um teto de 60 dólares por barril nas exportações de petróleo russas.

Trump não deu detalhes sobre as possíveis sanções contra a Rússia e afirmou no Salão Oval que acha mais difícil lidar com Kiev do que com Moscou.

Apesar das tensões com Trump, Zelenskiy disse na quinta-feira que viajaria para a Arábia Saudita na próxima segunda-feira para uma reunião com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, antes das negociações que ocorrerão no país entre autoridades norte-americanas e ucranianas.

Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto do território da Ucrânia, e suas forças estão avançando constantemente na região de Donetsk, no leste do país.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, disse que ele e o secretário de Estado, Marco Rubio, estarão nas negociações com a Ucrânia na Arábia Saudita, e passou confiança de que as coisas voltarão aos trilhos após o encontro.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou ter tido uma "ligação construtiva" com Rubio nesta sexta-feira.

(Reportagem adicional de Tom Balmforth, Andrew Osborn, Yuliia Dysa, Nandita Bose, Susan Heavey e Ryan Patrick Jones)

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