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Por Nandita Bose e Nate Raymond e Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que seu governo está próximo de um acordo com a Universidade de Harvard, após meses de negociações, que incluiria um pagamento de US$500 milhões pela instituição integrante da Ivy League.
O governo tem travado disputas com diversas universidades de prestígio, ameaçando reter fundos federais por questões como protestos pró-palestinos contra a guerra de Israel em Gaza, diversidade no campus e políticas para transgêneros.
"Estamos no processo de nos aproximarmos muito", disse Trump a jornalistas em um evento no Salão Oval.
"Linda está terminando os detalhes finais", disse, referindo-se à secretária de Educação Linda McMahon.
"E eles pagarão cerca de US$500 milhões e estarão operando escolas técnicas. Eles vão ensinar as pessoas a fazer IA e muitas outras coisas, motores, muitas coisas", disse, sem fornecer detalhes sobre o acordo.
Sediada em Cambridge, Massachusetts, a Harvard não fez comentários imediatos sobre os comentários de Trump.
Defensores dos direitos humanos levantaram preocupações sobre liberdade de expressão, privacidade e liberdade acadêmica em relação às investigações do governo Trump sobre as universidades.
Trump alega que Harvard e outras universidades permitiram demonstrações de antissemitismo durante os protestos pró-palestinos.
Os manifestantes, incluindo alguns grupos judaicos, dizem que o governo equipara erroneamente as críticas ao ataque promovido por Israel a Gaza e à ocupação dos territórios palestinos ao antissemitismo, e a defesa dos direitos palestinos ao apoio ao extremismo. O governo não anunciou investigações sobre a islamofobia.
As forças-tarefa de Harvard disseram no final de abril que os estudantes judeus e muçulmanos da escola enfrentaram intolerância e abuso durante a guerra de Israel em Gaza após o ataque do Hamas em outubro de 2023.
IVY LEAGUE
Outras integrantes da Ivy League fizeram acordos com o governo Trump nos últimos meses, incluindo a Universidade de Columbia e a Universidade Brown. A Columbia concordou em pagar mais de US$220 milhões ao governo e a Brown disse que pagará US$50 milhões para apoiar o desenvolvimento da força de trabalho local.
O governo Trump concentrou-se no movimento de protesto pró-palestino que agitou o campus de Harvard, decidindo encerrar mais de US$2 bilhões em verbas de pesquisa para a universidade.
Também procurou impedir que estudantes internacionais frequentassem a instituição de ensino, ameaçou o status de credenciamento de Harvard e abriu a porta para o corte de mais verbas acusando-a de violar lei federal sobre direitos civis.
O presidente de Harvard, Alan Garber, afirmou que as várias ações federais desde que Trump assumiu o cargo em janeiro poderiam privar a escola de quase US$1 bilhão por ano, forçando-a a demitir funcionários e congelar contratações.
Harvard contestou algumas dessas ações na Justiça, argumentando que o governo Trump estava retaliando a universidade, em uma violação de seus direitos de liberdade de expressão, após ela se recusar a atender exigências de reformulação de sua governança, contratações e programas acadêmicos para se alinhar com a agenda ideológica do governo.
Os dois processos foram atribuídos à juíza distrital Allison Burroughs, nomeada em Boston pelo ex-presidente democrata Barack Obama. Ela impediu o governo Trump de fechar as portas para os estudantes internacionais e, em 3 de setembro, o impediu de continuar com os cortes de financiamento de Harvard para pesquisa.
Mas, nos dias que se seguiram à decisão, o governo continuou a intensificar sua luta contra Harvard. Um dia antes dos recentes comentários de Trump, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA anunciou que daria início a um processo que pode levar a universidade a ser impedida de firmar contratos com todas as agências governamentais ou de receber financiamento.
O governo enfrentou outros reveses legais em suas tentativas de congelar o financiamento federal às universidades. Na semana passada, um juiz federal ordenou que o governo Trump restabeleça mais de US$500 milhões de subsídios federais congelados para a Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
(Reportagem de Nandita Bose, Kanishka Singh e Jasper Ward em Washington, Nate Raymond em Boston e Brad Brooks no Colorado)