Por Robert-Jan Bartunek
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia disse nesta quinta-feira que pode impor sanções adicionais contra a Venezuela se acreditar que a democracia está comprometida no país, depois que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, convocou eleições para o próximo mês, que a oposição afirma que irá boicotar.
A chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, disse em comunicado que lamenta a maneira como autoridades do governo Maduro convocaram eleições presidencial e legislativa para o dia 20 de maio sem um consenso sobre as "condições para um confiável e inclusivo processo eleitoral".
A Venezuela vive uma crise econômica e social, com milhões de pessoas sofrendo de escassez de comida e remédios, hiperinflação e crescente insegurança, que críticos dizem ser o resultado de políticas equivocadas do governo Maduro. A crise fez com que cerca de 3 milhões de pessoas fugissem do país.
Maduro, que coloca a culpa pela recessão em uma "guerra econômica" liderada pela oposição do país e pelos Estados Unidos, está concorrendo à reeleição.
A principal coalizão de oposição do país está boicotando a eleição, e os dois líderes de oposição mais populares foram proibidos de disputar a votação.
"A União Europeia irá monitorar de perto o processo eleitoral e acontecimentos relacionados no terreno e está pronta para reagir, através de medidas apropriadas, a qualquer decisão ou ação que pode continuar a comprometer a democracia, o Estado de direito e a situação de direitos humanos no país", acrescentou Mogherini.