CARACAS (Reuters) - O governo venezuelano afirmou que o plano para refinanciar cerca de 60 bilhões de dólares em títulos foi iniciado com sucesso depois da reunião de credores em Caracas, mas a S&P Global Ratings classificou a nação como em calote seletivo pelo não pagamento da dívida.
O comitê de negociação do presidente Nicolás Maduro reuniu-se brevemente na véspera com investidores, mas não ofereceu propostas firmes sobre sua intenção de reformular a dívida externa da Venezuela em meio à crise econômica.
"O processo de refinanciamento da dívida externa da Venezuela começou com sucesso retumbante", declarou o governo em comunicado na segunda-feira.
Os cerca de 100 participantes da reunião incluíam detentores de títulos da Venezuela: Estados Unidos, Panamá, Reino Unido, Colômbia, Chile, Argentina, Japão e Argentina, afirmou o comunicado.
"O início deste refinanciamento da nossa dívida ratifica a nossa intenção de cumprir, como sempre fizemos, com todas as nossas obrigações", informou.
Os detentores de títulos, no entanto, veem as coisas de maneira diferente. Eles saíram da reunião ainda confusos sobre como a Venezuela planeja evitar um calote, dado o estado de suas finanças, e sobre como qualquer refinanciamento pode ser resolvido com as sanções do presidente dos EUA, Donald Trump, que bloqueiam a emissão de novos títulos de dívida venezuelana.
Além disso, a S&P classificou a Venezuela como em calote seletivo após não conseguir fazer pagamentos dos títulos com vencimento em 2019 e 2024 dentro do período de 30 dias. A agência alertou que há forte chance de o país não efetuar mais pagamentos dentro de três meses.
(Por Andrew Cawthorne)