BERLIM (Reuters) - A insistência da Alemanha sobre austeridade na zona do euro deixou a Europa mais dividida do que nunca, e um rompimento da União Europeia não é mais inconcebível, disse à revista Der Spiegel o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel.
Gabriel, cujo partido Social Democrata é um parceiro menor na coalizão do grupo conservador de Angela Merkel, disse que esforços desgastantes de países como França e Itália para reduzir seus déficits fiscais foram acompanhados de riscos políticos.
"Eu uma vez perguntei à chanceler, o que seria mais custoso para a Alemanha: a França ter permissão para ter meio ponto percentual a mais de déficit, ou que Marine Le Pen se torne presidente?", disse ele, referindo-se à líder do partido de extrema direita francês Frente Nacional.
"Até hoje, ela ainda não me respondeu", acrescentou Gabriel, cujo partido tem maior foco em investimento, enquanto o de Merkel coloca mais ênfase em disciplina fiscal como fundação para prosperidade econômica.
Os sociais democratas devem escolher Gabriel, seu longevo presidente que também é ministro da economia, para concorrer contra Merkel como chanceler na eleição federal de setembro, disseram fontes graduadas do partido na quinta-feira.