Bruxelas, 1 mar (EFE).- A Comissão Europeia elevou nesta terça-feira em 0,01% suas perspectivas econômicas para a Eurozona em 2011, para 1,6%, devido a forte recuperação mundial e ao otimismo empresarial, mas reconheceu que a alta do petróleo pode afetar negativamente à recuperação.
"Enquanto as exportações continuarem apoiando a recuperação, espera-se que o crescimento se equilibre em direção a uma demanda doméstica, o que resultará no crescimento mais sustentável", revela nesta terça-feira o comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, quem considerou que "a recuperação econômica europeia se afiançará este ano".
O comissário reconheceu que continuam existindo riscos de ameaça à economia europeia, como a alta dos preços do petróleo motivada pelas revoltas no norte da África, por isso que elevou suas previsões de inflação para zona do euro em 2011 de 1,8% para 2,2%.
"Se os preços do petróleo subirem em torno de 10% mais do que o esperado, isto teria um impacto negativo sobre o crescimento econômico de 0,1% neste ano", reconheceu nesta terça-feira Rehn, quem mesmo assim negou que esta alta motive queda na recessão.
De qualquer maneira, o comissário finlandês garantiu que o núcleo da inflação - que exclui a variação dos preços dos alimentos não elaborados e a energia - se manterá em 2%, considerado adequado pelo Banco Central Europeu.
Entre os outros riscos que pesam sobre a recuperação, está a tensão nos mercados financeiros "que ainda não se normalizaram" e as diferenças entre os diferentes estados- membros, com piores perspectivas para os que estão enfrentando os maiores ajustes fiscais pela crise da dívida soberana.
Enquanto a locomotiva alemã lidera a recuperação em 2011, com estimativa de crescimento do PIB de 2,4%, seguida pela França com 1,7%; o PIB espanhol crescerá 0,8%.
Neste sentido, Rehn considerou que garantir o crescimento econômico passa por aprofundar a agenda de reformas estruturais e consolidação fiscal, mediante um "ambicioso" acordo, em referência ao debate político que está sendo conduzido na UE para adotar um pacote de medidas global contra a crise.
Por sua vez, a Comissão Europeia elevou em 0,01% sua estimativa de crescimento para o conjunto da União Europeia, para 1,8%.
A Comissão Europeia elabora esta estimativa, que precederá ao tradicional exercício da primavera, com dados das sete principais potências econômicas do continente, que representam em torno de 80% do PIB europeu. EFE