Por Jonnelle Marte
(Reuters) - Vários aspectos da abordagem que as autoridades do banco central norte-americano adotaram na última vez que reduziram o balanço da instituição podem ser úteis durante este ciclo, incluindo o estabelecimento de limites mensais para a quantidade de títulos resgatados, disse um alto funcionário do Federal Reserve de Nova York.
Lorie Logan, chefe de operações de mercado do Fed de Nova York e gerente da Conta de Mercado Aberto do Sistema, disse que o Fed usou um processo "orgânico" quando reduziu seu balanço patrimonial em 2018 e 2019. As autoridades não venderam ativos, optando por não reinvestir os títulos em carteira, à medida que venciam, e por estabelecer limites para o montante de títulos resgatados a cada mês.
"Acho que, no geral, esse processo --esse processo de vencimentos naturais, em vez de vendas, e limites para garantir um ritmo constante-- pareceu funcionar muito bem", disse Logan durante entrevista publicada nesta segunda-feira ao Macro Musings, um podcast administrado pelo Mercatus Center na George Mason University.
Autoridades do Fed sinalizaram que podem estar prontas para começar a reduzir as participações do banco central em títulos --que somam mais de 8 trilhões de dólares-- ainda neste ano, de acordo com uma ata da reunião de política monetária do banco central ocorrida em dezembro.
O Fed estará monitorando os mercados de perto quando começar a encolher o balanço, em busca de sinais de que os níveis de reservas estão ficando muito baixos, disse Logan.
Algumas autoridades do Fed esperam que um novo mecanismo de recompra permanente possa servir como suporte e ajudar a reduzir a demanda por reservas, de acordo com a ata da reunião de 14 e 15 de dezembro, potencialmente permitindo um balanço menor do que seria possível sem a ferramenta.
"O ponto-chave é que o tamanho do balanço de longo prazo é incerto porque a demanda dos bancos por reservas varia ao longo do tempo", disse Logan durante a entrevista.