Agência Brasil - O corte de 0,5 ponto percentual da taxa Selic – juros básicos da economia – foi correto e necessário, avaliam entidades do setor produtivo. Parte das entidades, no entanto, pede cortes mais agressivos para conter os efeitos da pandemia do coronavírus sobre a economia.
Para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Banco Central (BC) agiu de forma correta ao acompanhar os principais Bancos Centrais mundiais e reduzir a taxa Selic. A associação, no entanto, considerou que a autoridade monetária não foi tão ousada como o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que zerou os juros básicos norte-americanos.
“Embora não tenha sido tão radical quanto o que foi feito nos Estados Unidos, o corte dos juros no Brasil pode ajudar neste momento de incerteza provocado pela pandemia de coronavírus, podendo diminuir a alta do dólar e a instabilidade da bolsa”, analisa a ACSP em comunicado.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o corte de 0,5 ponto percentual vai no sentido correto. Entretanto, a entidade avalia que o impacto da Covid-19 sobre a atividade econômica nacional e mundial exige um afrouxamento monetário mais agressivo por parte do Banco Central brasileiro.
“Há necessidade de reduções adicionais da Selic. A medida tem impacto direto sobre a situação financeira das empresas, que tende a se deteriorar durante o período pela queda na produção e nas vendas devido às restrições de circulação preventivas”, afirmou em comunicado o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A confederação ressaltou que as projeções de inflação no Brasil estão abaixo do centro da meta de 4% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano. Para a CNI, isso abre espaço para novos cortes nos próximos meses.