Por John Whitesides e Joseph Ax
WASHINGTON (Reuters) - O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, passou a ter vantagem sobre o presidente republicano Donald Trump na apuração dos votos da eleição presidencial dos EUA nos Estados da Geórgia e da Pensilvânia nesta sexta-feira, colocando a Casa Branca ao seu alcance, enquanto Estados que também estão indefinidos mantêm a apuração.
Biden tem 253 votos contra 214 no Colégio Eleitoral que decide o vencedor da eleição, segundo a maioria das principais emissoras de TV. Se vencer na Pensilvânia, que tem 20 votos no Colégio Eleitoral, ele superará a marca de 270 votos no colegiado necessários para vencer a eleição. Um triunfo somente na Geórgia com os 16 votos do Estado no Colégio Eleitoral, o ex-vice-presidente ficará a um voto de chegar aos 270.
Na Pensilvânia, ele abriu uma vantagem de 5.500 votos na manhã desta sexta, enquanto na Geórgia ele tem 1.097 votos a mais que Trump.
Biden, de 77 anos, se tornará o próximo presidente se vencer na Pensilvânia, ou se vencer em dois Estados do trio formado por Geórgia, Nevada e Arizona. O caminho mais provável para a vitória de Trump parece cada vez mais estreito --ele precisa vencer na Pensilvânia e na Geórgia e também em Nevada ou Arizona.
A mudança na liderança na Geórgia veio horas depois de Trump aparecer na Casa Branca para alegar de maneira falsa que a eleição está sendo "roubada" dele.
A vantagem de Trump na Geórgia vinha caindo constantemente. O Estado, localizado no Sul, não vota em um democrata para presidente desde 1992.
No final da quinta-feira, o secretário de Estado da Geórgia afirmou que haviam 14 mil cédulas a serem apuradas no Estado.
O Estado ainda terá de analisar os votos enviados por membros das Forças Armadas e por moradores do exterior, assim como votos provisórios depositados no dia da eleição, na terça-feira, por eleitores que tiveram problemas com seu registro ou identificação.
Biden mantém lideranças estreitas no Arizona e em Nevada. No Arizona, sua vantagem caiu para cerca de 47 mil votos no início desta sexta. Em Nevada ele liderava por cerca de 11.500 votos.
Enquanto o país prendia a respiração aguardando um resultado da eleição presidencial, autoridades da Geórgia e da Pensilvânia expressaram otimismo de que encerrarão a apuração nesta sexta, enquanto Arizona e Nevada ainda devem levar dias para concluir as suas.
Trump, de 74 anos, buscou retratar como fraudulenta a lenta apuração dos votos enviados pelos correios, que dispararam em popularidade devido aos temores de exposição ao coronavírus por meio da votação presencial. Conforme a apuração deste tipo de voto avançou, fortes lideranças iniciais de Trump em Estados como Geórgia e Pensilvânia se esvaíram.
Os Estados historicamente demoram para apurar todos os votos após o dia da eleição.
Trump disparou uma série de tuítes nas primeiras horas desta sexta, reiterando as alegações infundadas que fez na véspera na Casa Branca em seu extraordinário ataque ao processo democrático norte-americano.
"Eu facilmente VENCI a Presidência dos Estados Unidos com os VOTOS LEGAIS DEPOSITADOS", escreveu ele no Twitter sem oferecer qualquer evidência de que votos ilegais tenham sido depositados.
O Twitter rotulou a publicação como possivelmente enganosa, algo que tem feito com inúmeros tuítes de Trump desde o dia da eleição.