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Bolsonaro: Mercosul é parte das soluções para recuperação pós-pandemia

Publicado 02.07.2020, 13:34
Atualizado 02.07.2020, 13:40
© Reuters.

Agência Brasil - O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje (2) que o Mercosul é parte das soluções que o Brasil e os países do bloco estão construindo para a recuperação da economia, em meio à pandemia de covid-19.

“Os próximos meses serão de grandes desafios para todos nós. O maior deles, que se apresenta desde logo, é conciliar a proteção da saúde das pessoas com o imperativo de recuperar a economia. Tenho certeza de que o Mercosul é parte das soluções que estamos construindo”, disse o presidente, que participou na manhã desta quinta-feira, da 56ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, pela primeira vez realizada pormeio de videoconferência. O encontro foi o último sob o comando do Paraguai, que passará agora a presidência pro tempore (temporária) do Mercosul para o Uruguai.

Em discurso, Bolsonaro destacou que o Brasil “endossou integralmente as prioridades da presidência paraguaia, que aprofundam a modernização do Mercosul e fazem do bloco um aliado essencial da ambiciosa agenda de reformas” implementada pelo governo brasileiro. “No esforço da construção de um país mais próspero, buscamos também mais e melhor inserção do Brasil na região e no mundo, e o Mercosul é o nosso principal veículo para essa inserção”, disse o presidente.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, em 2019, o Brasil exportou cerca de US$ 15 bilhões para os países do Mercosul e importou US$ 13 bilhões, com superávit de US$ 2 bilhões.

Bolsonaro elogiou a presidência paraguaia no Mercosul pela conclusão de “detalhes pendentes” nos acordos do bloco com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), assinados em 2019, e pediu que todos os presidentes se empenhem nas negociações para a ratificação dos acordos neste semestre. Para que os acordos entrem em vigor, os congressos de todos os países que integram os blocos econômicos devem aprovar os textos.

Nesse sentido, Bolsonaro também disse que dará prosseguimento ao diálogo com diferentes interlocutores “para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que tem tomado em favor da proteção da floresta amazônica e do bem-estar da população indígena”. O presidente referia-se a uma suposta resistência de países europeus em fechar o acordo por não acreditarem na política ambiental brasileira.

Bolsonaro destacou também a intenção de avançar em entendimentos com outros países. “Queremos levar adiante as negociações abertas com Canadá, Coreia, Singapura e Líbano, expandir os acordo vigente com Israel e Índia e abrir novas frentes na Ásia. E temos todo interesse de buscar tratativa com países da América Central.”

O presidente brasileiro também é favorável às discussões para inclusão do setor automotivo e açucareiro no regime de regras comum do bloco.

Presidência pro tempore

Durante a reunião, o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, falou sobre as atividades do bloco nos últimos seis meses, depois que o país assumiu a presidência. Ele defendeu a integração produtiva, para a aproveitar as capacidades de cada país e destacou a importância da economia digital para manutenção do comércio.

Já o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que assume a presidência pro tempore neste semestre, disse que buscará, entre outras metas, impulsionar os canais logísticos, de ferrovias e hidrovias, melhorar a interconexão energética entre os países e garantir a conservação do meio ambiente.

Sobre os acordos com a União Europeia e EFTA, Lacalle Pou ressaltou que é dever do Mercosul “terminar o que começou”, já que a pandemia de covid-19 poderia levar a um protecionismo, principalmente de países mais desenvolvidos. Por isso, ele se comprometeu a dedicar esforços para acelerar o processo de ratificação dos acordos, em negociação com a Alemanha.

O Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está suspensa desde 2017, por ruptura da ordem democrática e descumprimento de cláusulas ligadas a direitos humanos do bloco. Os países associados são Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname.

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