BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto nesta terça-feira para prorrogar o auxílio emergencial aos chamados vulneráveis e destacou a "sensibilidade" do Congresso Nacional e da equipe econômica.
A assinatura do decreto de prorrogação do benefício por dois meses ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto, que contou com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de vários ministros, dentre eles o da Economia, Paulo Guedes.
"É um dinheiro que não é meu. É um dinheiro que é de todos nós brasileiros que pagamos impostos. E só foi possível graças à sensibilidade de nossos ministros, tendo à frente o Paulo Guedes, bem como do Parlamento brasileiro, que votou de forma rápida essa questão porque eles tinham pressa", disse o presidente na cerimônia.
"Obviamente isso tudo não é apenas para deixar a economia funcionando, viva, mas também para dar o sustento a essas pessoas."
Bolsonaro aproveitou para manifestar o desejo que a economia já esteja mostrando sinais de reação ao final do período de prorrogação do benefício para um retorno à "normalidade".
Ao comentar que deseja ir ao Congresso Nacional na próxima semana por ocasião da sanção de projeto que altera o Código Brasileiro de Trânsito, Bolsonaro aproveitou para convidar Maia e Alcolumbre para a próxima viagem que fizer, num aceno aos presidentes das duas Casas legislativas.
Ainda não há detalhes sobre o pagamento da nova fase do benefício, mas a previsão é que ocorra em duas parcelas, que poderão ser divididas em mais de um depósito por mês, segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
"Já temos esse calendário e falta só a validação do presidente da República, que entendo que será feita muito rápido", disse a jornalistas.
Segundo o presidente da Câmara, no entanto, a lei aprovada pelo Congresso, que autoriza o governo a prorrogar o benefício por meio de decreto, prevê parcelas de 600 reais.
"Às vezes você fica criando confusão e acaba gerando insegurança nas pessoas. São duas parcelas de 600 (reais). É isso o que está assinado certamente no decreto, e é isso que a lei autoriza, duas parcelas de 600", disse Maia a jornalistas após o evento, aproveitando para defender que o governo abra espaço para conversas sobre uma renda mínima permanente.
Também após participação na cerimônia, Alcolumbre publicou, em seu perfil do Twitter sobre o benefício.
"Participei de evento onde o governo anunciou que vai estender o pagamento dos R$ 600 por mais duas parcelas. O Congresso Nacional sempre defendeu o auxílio emergencial, que é necessário e esperado pelos milhares de trabalhadores que tiveram suas rendas afetadas pela pandemia", disse o chefe do Legislativo, na postagem.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)