Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, reforçou nesta quarta-feira que as Forças Armadas se mantêm fieis a seus compromissos constitucionais como a garantia da democracia, ao anunciar os novos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.
"Os militares não faltaram no passado e não faltarão sempre que o país precisar. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira se mantêm fiéis às suas missões constitucionais de defender a pátria, garantir os Poderes constitucionais e as liberdades democráticas", disse o ministro da Defesa.
"Neste dia histórico, reforço que o maior patrimônio de uma nação é a garantia da democracia e a liberdade do seu povo", acrescentou.
As declarações de Braga Netto, que é general da reserva, ocorrem em um momento de expectativa com os novos comandantes das Forças, depois que os anteriores foram exonerados na terça-feira após a mudança no comando do Ministério da Defesa pelo presidente Jair Bolsonaro, que vinha cobrando um maior alinhamento da cúpula militar com o governo.
Bolsonaro estaria particularmente incomodado com o então comandante do Exército, Edson Pujol.
O próprio anúncio da substituição do então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, por Braga Netto, na segunda-feira, estava inserido neste contexto, ainda que tenha feito parte de uma pequena reforma ministerial envolvendo ao todo seis pastas.
Para comandar o Exército, Braga Netto anunciou o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que respondia pela chefia de pessoal da Força.
O almirante Almir Garnier, que até então ocupava a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, irá comandar a Marinha. E o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, comandante do Comando-Geral de Apoio da FAB, ficará à frente da Força Aérea.
Os nomes que seriam anunciados eram aguardados com expectativa em meio a receios sobre eventuais mudanças na postura das Forças Armadas.
Em sua rápida declaração nesta quarta, Braga Netto afirmou ainda que o desafio do país no momento é o enfrentamento à Covid-19 e citou ações das Forças Armadas no combate à nova doença.
O Brasil enfrenta seu pior momento na pandemia, com seguidos recordes de mortes e casos de infecção.