SÃO PAULO (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro enviou nesta quarta-feira duas aeronaves com 6 toneladas de alimentos e remédios ao Líbano em uma missão humanitária liderada pelo ex-presidente Michel Temer, que é filho de libaneses, e que levará ajuda ao país depois da gigantesca explosão que devastou a área portuária da capital Beirute na semana passada.
Temer foi escolhido por Bolsonaro para liderar a delegação brasileira ao Líbano e recebeu autorização do juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio de Janeiro, para deixar o país. A autorização era necessária pois Temer, que antecedeu Bolsonaro na Presidência, é réu em duas ações penais na Justiça Federal do Rio de Janeiro e, por conta disso, estava com o passaporte retido pela Justiça.
Em discurso em cerimônia que antecedeu a partida da missão brasileira a Líbano, Bolsonaro lembrou que o mundo todo está sendo afetado pela pandemia de Covid-19, doença que já matou mais de 100 mil pessoas no Brasil, e que o Líbano tem também de lidar com a explosão que matou pelo menos 171 pessoas e feriu milhares em sua capital.
"O mundo atravessa uma pandemia, todos nós sofremos com isso. Quis o destino, lamentavelmente, que nossos irmãos do Líbano fossem acometidos também por esse desastre. E o que nós podemos oferecer, em grande parte vindo da comunidade libanesa (no Brasil), é do coração", discursou Bolsonaro.
Além de Temer, também irão compor a delegação brasileira ao Líbano o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que é aliado próximo de Bolsonaro, entre outros.
(Por Eduardo Simões)