BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central tem olhado o tema de tarifas cobradas por saques em caixas eletrônicos, afirmou nesta quarta-feira o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, apontando que a atuação da Tecban tem atrapalhado a competição.
Controlada por Itaú Unibanco, Bradesco (SA:BBDC4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), Santander Brasil (SA:SANB11) e Caixa Econômica Federal, a Tecban é dona da rede de caixas Banco24Horas.
"As tarifas que a Tecban cobra elas são tarifas que são muito grandes para os bancos pequenos, o que em parte até inviabiliza um pouco a competição. Então obviamente é um tema que o Banco Central tem acompanhado", afirmou Campos Neto em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
O presidente do BC destacou que a TecBan, "que é uma empresa controlada pelos grandes bancos", é a responsável por fornecer grande parte dos caixas eletrônicos.
"Então o que acontece na prática é que o banco pequeno que precisa entrar no mercado, que precisa dar acesso ao seu cliente pequeno, acesso ao ATM, ele paga muito mais do que o banco grande", disse.
Na audiência, Campos Neto reconheceu a parlamentares que a concentração bancária no país é alta e que a rentabilidade das instituições financeiras também, principalmente no cenário atual de baixos juros básicos.
CÂMBIO
Sobre o movimento do dólar frente ao real, o presidente do BC reforçou que a autoridade monetária não tem meta pra câmbio e que faz intervenções no mercado quando entende que há gap de liquidez.
"Importante é como o câmbio influencia nos canais da expectativa (da inflação)", frisou Campos Neto.
(Por Marcela Ayres)