Por Eliana Raszewski e Cassandra Garrison
BUENOS AIRES (Reuters) - O candidato à presidência da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta quinta-feira que "não há possibilidade" de o país dar default se ele for eleito em outubro.
"Ninguém quer o default como saída", disse Fernández em um seminário em Buenos Aires.
Fernández, que com o resultado das primárias deste mês pode se sair vitorioso nas eleições gerais de outubro, acrescentou que o país precisaria negociar com os credores para cumprir com suas obrigações.
Na quarta-feira, dois de seus assessores econômicos se encontraram com o novo ministro da Fazenda do país, Hernán Lacunza, e disseram a ele que Fernández vai procurar um "modelo econômico alternativo" para as políticas do atual governo.
O peronista de centro-esquerda Fernández tem criticado o acordo de 57 bilhões de dólares feito com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado e as medidas de austeridade que foram impostas na esteira desse acordo. Se eleito, ele planeja "retrabalhar" esse acordo.
Fernández negou ser contra o histórico acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) em junho, mas disse que o texto possui "uma série de pontos" que precisam ser analisados.
"Irei analisá-los como forma de garantir que nenhum acordo que assinemos com a UE ou qualquer outro mercado acabe afetando nossa produção", disse Fernández.