Por Anna Koper e Pawel Florkiewicz
VARSÓVIA (Reuters) - O candidato presidencial polonês Rafal Trzaskowski tentava cooptar eleitores de outros candidatos de oposição para sua plataforma de centro nesta segunda-feira, prometendo responsabilizar o governo nacionalista antes do que promete ser um segundo turno acirrado.
O atual presidente, Andrzej Duda, aliado do partido Lei e Justiça (PiS) que comanda o governo, liderou no primeiro turno da eleição presidencial de domingo, mas ficou aquém dos 50% necessários para uma vitória imediata, o que preparou o terreno para uma disputa com Trzaskowski no dia 12 de julho.
Na Polônia, o presidente é o chefe de Estado, mas o governo é constituído de um conselho de ministros liderado por um primeiro-ministro.
"Estou dirigindo minhas palavras a todos aquele que querem mudanças", disse Trzaskowski a apoiadores na cidade central de Plock.
"Sem eles, haverá muitos anos mais de um monopólio de poder que não é honesto, e não é possível responsabilizá-lo porque ele ataca instituições independentes".
A reeleição de Duda é crucial para o PiS levar adiante sua pauta socialmente conservadora, o que inclui reformas judiciais que a União Europeia diz minarem o Estado de Direito.
Duda se retrata como o guardião dos generosos programas de benefícios sociais do governo, e prometeu proteger a família tradicional e conter o que classifica como "ideologia LGBT".
Na manhã seguinte à eleição, Duda disse que protegerá os valores sociais conservadores, o que inclui impedir que casais gays adotem filhos, na tentativa de conquistar os quase 7% que votaram em Krzysztof Bosak, candidato da Confederação de extrema-direita.
"Temos muitos valores comuns com Krzysztof Bosak", disse Duda à rádio pública estatal. "Queremos que a família seja respeitada na Polônia, queremos que os valores tradicionais sejam uma espinha dorsal forte na qual a sociedade polonesa se apoiará".
Duda recebeu 43,67% dos votos, de acordo com resultados baseados em 99,78% do número total de seções eleitorais.
Trzaskowski, prefeito liberal de Varsóvia que concorre pelo maior partido opositor, a Plataforma Cívica (PO), de centro, ficou em segundo com 30,34% das urnas, qualificando-se para o segundo turno.
Duda enfrentará uma sensação de incerteza crescente em partes do país por causa de sua aliança com o PiS, além das preocupações com empregos e salários agora que a pandemia de coronavírus está empurrando a economia para uma recessão.
Duas pesquisas de opinião realizadas na noite de domingo para a emissora particular TVN e para a estatal TVP projetaram uma vantagem de menos de dois pontos percentuais de Duda sobre Trzaskowski daqui a duas semanas.
(Reportagem adicional de Joanna Plucinska)