Por Toby Sterling
AMSTERDÃ (Reuters) - Os principais candidatos nas eleições holandesas iniciaram uma ofensiva nos últimos dias antes do pleito para conquistar novos eleitores, com as últimas pesquisas mostrando o líder trabalhista Frans Timmermans e o político anti-Islã Geert Wilders obtendo ganhos.
Uma vitória de Timmermans na votação de quarta-feira poderia levar o próximo governo para o centro e para mais gastos com políticas climáticas, enquanto um triunfo de Wilders poderia trazer uma coalizão de direita com uma forte linha anti-imigração.
Qualquer um dos dois cenários significaria uma grande derrota para Dilan Yesilgoz, sucessora do primeiro-ministro interino Mark Rutte como líder do partido pró-negócios VVD, que tem sido a favorita durante grande parte da campanha e tem a chance de se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de premiê do país.
"Yesilgoz aprendeu bem com Rutte a lidar com hipérboles e meias-verdades", disse Timmermans em um ataque durante um debate na segunda-feira, no qual ela criticou os planos dele, que incluem o aumento do salário mínimo e dos impostos.
"Vamos taxar os milionários. Isso não é bom para os milionários, mas é assim que se consegue um país mais justo", disse Timmermans, que está liderando uma chapa entre o Partido Trabalhista e a Esquerda Verde.
As principais questões para os eleitores holandeses incluem como reagir às mudanças climáticas, o aumento do custo de vida e o desejo de restringir a imigração.
A pesquisa de opinião mais recente, publicada pela I&O Research na segunda-feira, prevê que o VVD e a aliança Partido Trabalhista/Esquerda Verde terão 27 assentos cada no Parlamento holandês de 150 membros, com o Partido pela Liberdade (PVV), de Wilders, logo atrás, com 26 assentos.
Um partido centrista recém-lançado, conhecido como "Novo Contrato Social", está em quarto lugar, com 21 cadeiras. Com 76 assentos necessários para a maioria, parece inevitável que haja longas negociações de coalizão.
É quase certo que o VVD e o Novo Contrato Social farão parte do próximo governo, com o PVV ou os trabalhistas, que não trabalharão entre si, como o terceiro membro de uma coalizão.
Os analistas disseram que, com um grande número de eleitores indecisos, muito dependerá do desempenho nos debates, incluindo um confronto final marcado para a noite desta terça-feira.
A eleição se tornou necessária quando o governo anterior de Rutte entrou em colapso em julho devido a divergências sobre como restringir o fluxo de pessoas que buscam asilo. Mais tarde, Rutte disse que deixaria a política holandesa.