Por Dave Sherwood
SANTIAGO (Reuters) - O presidente chileno, Sebastian Piñera, declarou nesta quarta-feira um estado de catástrofe por 90 dias devido ao aumento de casos do novo coronavírus no país, dando ao governo poderes extraordinários para restringir a liberdade de movimento e garantir o fornecimento de alimentos e serviços básicos.
Uma autoridade militar supervisionará a medida de 90 dias, que deverá entrar em vigor quinta-feira de manhã. Mais ações restritivas serão implementadas progressivamente, conforme o avanço do vírus.
"Esse estado (de catástrofe) visa ... a nos preparar para enfrentar o que está por vir", disse Piñera em discurso do palácio presidencial La Moneda.
Piñera afirmou que havia 238 casos de coronavírus confirmados no Chile, sem nenhuma morte. O país paralisou escolas, fechou suas fronteiras e limitou as reuniões públicas à medida que o número de casos crescia.
Segundo Piñera, a determinação também garantirá mais segurança aos hospitais, protegerá as cadeias de suprimentos de medicamentos e permitirá que o governo imponha quarentenas e medidas de isolamento.
É provável que a medida acabe com os protestos remanescentes contra a desigualdade depois que eles foram reativados no início de março, após vários meses turbulentos de manifestações e tumultos no final de 2019.
Nesta semana, políticos chilenos iniciaram discussões para adiar um referendo sobre uma nova Constituição previsto para 26 de abril. Uma nova carta magna era uma demanda central dos protestos sociais generalizados, mas os atos desapareceram com a pandemia.