XANGAI (Reuters) - A China cortou sua taxa de referência para hipotecas por uma margem inesperadamente ampla na sexta-feira, sua segunda redução este ano conforme Pequim procura reanimar o setor habitacional para sustentar a economia.
Autoridades prometeram novas medidas para combater a desaceleração na segunda maior economia do mundo, atingida pelos surtos de Covid-19 que provocaram medidas rigorosas e restrições de mobilidade, e causaram enormes interrupções na atividade.
Muitos participantes do mercado acreditam que o movimento desta sexta-feira também foi uma resposta ao apelo do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, para acelerar decisivamente os ajustes e deixar a economia voltar à normalidade rapidamente.
"A redução de hoje da taxa primária de empréstimo (LPR) de cinco anos deve ajudar a impulsionar um renascimento nas vendas de moradias, que passaram de ruim a pior recentemente", disse Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics, em uma nota.
"Mas a falta de qualquer redução da LPR de um ano sugere que o banco central está tentando manter o afrouxamento direcionado e que não devemos esperar estímulos em larga escala do tipo que vimos em 2020."
A China, em uma fixação mensal, reduziu a taxa primária de empréstimo (LPR) de cinco anos em 15 pontos base, para 4,45%, a maior redução desde que a China renovou o mecanismo de taxas de juros em 2019 e mais do que os cinco ou 10 pontos apontados pela maioria em uma pesquisa da Reuters. A LPR de um ano ficou inalterada em 3,70%.
Muitos economistas do setor privado esperam que a economia da China encolha neste trimestre em relação ao ano anterior, em comparação com crescimento de 4,8% do primeiro trimestre. Indicadores recentes mostraram que as medidas rigorosas relacionadas à Covid e as restrições de mobilidade têm tido um grande impacto.
(Reportagem de Winni Zhou, Andrew Galbraith e Kevin Yao)