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“China é grande demais para ser ignorada”, defende gestor da Lazard Asset Management

Publicado 04.09.2023, 14:09
Atualizado 04.09.2023, 14:09
© Reuters.

Investing.com - O Banco Popular da China decidiu flexibilizar algumas das regras de endividamento e reduzir o coeficiente de reservas obrigatórias para os depósitos em moeda estrangeira (de 6% para 4%) como uma medida para reativar o setor imobiliário do país. Além disso, a Country Garden conseguiu uma prorrogação para o pagamento de parte de seus títulos.  Em entrevista ao Investing.com, James Donald, diretor e gestor de mercados emergentes da Lazard Asset Management (NYSE:LAZ), fala sobre o que pode estar no cerne da atual agitação econômica na China.

Investing.com: A crise imobiliária na China é o problema principal ou apenas parte do problema?

James Donald: No centro das turbulências econômicas da China, temos uma crise imobiliária que está se agravando. A Country Garden atrasou o pagamento de juros e principal de sua dívida, o que aumentou a preocupação com um possível contágio sistêmico. Além disso, a Evergrande (OTC:EGRNY) (HK:3333), que já era um problema desde 2021, decretou falência nos Estados Unidos, abalando ainda mais a confiança dos investidores no setor imobiliário chinês e na economia como um todo. O Banco Popular da China reduziu as taxas de juros, mas os cortes não foram tão abrangentes quanto se esperava devido às tendências deflacionárias.

Isso se combina com uma queda na confiança do consumidor. Após um aumento inicial devido ao fim da política de “covid zero” no primeiro trimestre de 2023, os índices de gerentes de compras (PMI) e as exportações sofreram uma queda acentuada. A expectativa é que haja uma compensação por meio de um aumento na demanda interna, mas os consumidores têm mostrado contenção significativa em seus hábitos de gastos. Nos últimos meses, houve um crescimento moderado nas vendas a varejo, enquanto a poupança das famílias aumentou, indicando uma crescente falta de confiança no futuro.

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Inv.com: Como chegamos a esse ponto?

JD: O setor imobiliário pode ser o componente mais crucial da economia chinesa, representando entre um quarto e um terço do crescimento econômico e até 70% da riqueza das famílias, de acordo com algumas estimativas. No entanto, os problemas econômicos do país vão além disso.  A busca pela “prosperidade comum” por parte do governo atual provocou mudanças significativas em setores como o comércio eletrônico, a educação online e o transporte compartilhado, pois as empresas foram compelidas a priorizar o controle estatal em detrimento do rápido crescimento de receitas e lucros.

Ao mesmo tempo, o Ocidente reagiu à crescente importância da tecnologia como uma preocupação de segurança nacional, isolando ativamente seus mercados de produtos tecnológicos chineses. Além disso, a aliança estratégica da China com a Rússia durante o conflito na Ucrânia exacerbou as tensões com as nações ocidentais, levando a uma considerável redução nos investimentos estrangeiros diretos.

Inv.com: A economia chinesa tem condições de crescer mais?

JD: A China ainda não implementou medidas adequadas para estimular o consumo interno e direcionar investimentos para indústrias em crescimento. O Banco Popular da China optou por realizar ajustes menores, como a diminuição das taxas de juros e o aumento da liquidez no mercado, no entanto, essas medidas não conseguiram fortalecer a confiança tanto dos consumidores quanto das empresas.  A falta de políticas eficazes traz consigo uma potencial ameaça de uma espiral de dívida e deflação, caso não seja iniciada uma recuperação até 2024. De acordo com as projeções do FMI, a China deverá apresentar um crescimento de 5,2% em 2023, uma meta considerada alcançável.

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Inv.com: É viável investir na China?

JD: Embora não seja considerada “anti-investimentos”, a saída de capital da China e a piora no cenário econômico têm suscitado preocupações. A identificação das oportunidades mais atrativas no país requer uma abordagem ativa focada em empresas específicas com características bem definidas, incluindo níveis elevados e sustentáveis de produtividade financeira. A consideração do risco político nas decisões de investimento provavelmente será crucial nos próximos meses e anos.

Inv.com: Quais são algumas das oportunidades mais interessantes hoje em comparação com 5-7 anos atrás?

JD: De maneira geral, as empresas chinesas, representadas pelo índice MSCI China, estão sendo negociadas a valores próximos dos mais baixos em sua história. Do ponto de vista de investimento, muitos setores e empresas do país estão agora mais atrativos do que eram no passado. O segredo para encontrar oportunidades está em identificar as empresas que estão do lado certo das reformas regulatórias e avaliar cuidadosamente sua saúde financeira usando os mesmos critérios que seriam aplicados em qualquer outro mercado.

Inv.com: Como a China protege os investidores? Quais são alguns dos riscos a serem considerados?

JD: Embora Guangdong seja a região mais rica do governo local, capaz de fornecer um suporte financeiro, é surpreendente que ainda não tenha intervindo.

Por outro lado, o governo tem incentivos para evitar que a Country Garden declare falência na China, visto que isso poderia gerar um risco sistêmico maior do que a situação da Evergrande.

Apesar do período de carência de 30 dias, é importante considerar que as empresas que fazem uso dele raramente se recuperam completamente, e o dano pode já ter sido causado à Country Garden.

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Quanto à possível reunificação com Taiwan, a China provavelmente preferiria uma “unificação pacífica”, a fim de evitar uma invasão violenta com consequências devastadoras. Isso afetaria não apenas as cadeias de suprimentos de semicondutores, mas também o crescimento econômico mundial. Em caso de reunificação por meio de força militar, a China provavelmente enfrentaria severas sanções ocidentais coordenadas, possivelmente acompanhadas de alguma forma de resposta militar liderada pelos Estados Unidos.

Inv.com: A China é grande demais para ser ignorada?

JD: Isso é verdade no contexto de investimentos em mercados emergentes, uma vez que abriga a maior população do mundo, com mais de 1,4 bilhão de habitantes, e uma classe média em rápido crescimento. Os investidores devem agir com cautela e evitar extremos. A realização de uma retirada em massa da China devido ao risco político percebido - como muitos investidores tentaram fazer em 2021 e 2022 - pode não ser prática, dado o tamanho do país, seu potencial de crescimento econômico, sua influência na capitalização de mercado do Índice MSCI EM e o número de componentes no universo de mercados emergentes, com as empresas chinesas representando quase 30% desse índice.

Inv.com: O que os investidores devem monitorar de perto no futuro?

JD: Os investidores devem estar atentos às medidas tomadas pelo governo e pelas empresas, já que essas podem impactar os níveis de confiança. O que realmente causa preocupação é se a inação do governo resultará em um declínio acentuado no setor imobiliário e, por extensão, afetará a confiança dos consumidores e a situação macroeconômica.

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Últimos comentários

Quebrar? Aposto com qualquer um que ela crescerá, no mínimo, 5% neste ano, enquanto os EUA não passarão de 2,2% ( e olhe lá). Veremos. Retórica diária de política externa norteamericana anti-China não mudará os fatos. A economia chinesa é muito robusta e eclética, ao contrário da dos EUA, que é altamente financeirizada em Bolsa de Valores. Tanto que sempre são deficitários em balança comercial na relação EUA x China ( EUA importam muito mais que exportam para o referido país asiático). O que mantém os EUA ainda na primeira posição como a nação mais rica ( apenas em PIB nominal, não no PIB atrelado ao poder de compra, que é a aferição mais exata, que mais reflete a realidade) é o fator cambial: o domínio especulativo do dólar como a moeda padrão do comércio internacional. E só. E hj estão em franco embate com a China porque sabem que, hora mais hora menos, a China os ultrapassará. Chinês tem uma cultura muito ligada à paciência e estratagema. Povo milenar, ao contrário dos EUA.
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