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Investing.com – Os conflitos na Europa e no Oriente Médio podem desencadear a mais grave crise mundial desde a Segunda Grande Guerra, alertou Jamie Dimon.
O CEO do JPMorgan Chase (NYSE:JPM) afirmou que a invasão na Ucrânia pela Rússia e a guerra de Israel contra o Hamas tornaram o mundo mais “assustador e imprevisível”.
“Nos Estados Unidos, continuamos com uma economia forte”, complementou, referindo-se ao forte crescimento do PIB do país e à resiliência do mercado de trabalho. “Ainda temos muito estímulo fiscal e monetário no sistema.”
“Mas essas questões geopolíticas são muito sérias - sem dúvida as mais sérias desde 1938”, acrescentou, citando o ano em que a Alemanha nazista anexou partes da Tchecoslováquia.
Os mercados financeiros têm ignorado em grande parte o conflito no Oriente Médio, um mês após o ataque do Hamas contra Israel.
O índice S&P 500 subiu 1% desde 7 de outubro, com os investidores animados com a ideia de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) provavelmente não aumentará mais as taxas de juros. O índice MSCI World (NYSE:URTH), que acompanha as ações globais, também avançou cerca de 1% no mesmo período.
Além disso, os preços do petróleo Brent e West Texas Intermediate subiram brevemente após o ataque do Hamas, com receio de que o principal produtor, o Irã, se envolvesse em um conflito mais amplo, mas os dois índices de referência voltaram aos níveis anteriores à guerra.
Dimon, que está à frente do maior banco americano, disse que seria inútil se preocupar com os mercados quando o mundo está à beira de uma crise tão grave.
“O que está acontecendo agora é o que há de mais importante para o futuro do mundo: a liberdade, a democracia, a comida, a energia, a imigração”, ressaltou. "Diminuímos a importância disso quando dizemos: ‘O que isso vai fazer no mercado?’”.
“Os mercados vão ficar bem, são capazes de lidar com a situação. Seu comportamento natural é flutuar”, prosseguiu.
Esta não é a primeira vez em que o chefão do JPMorgan alerta que o conflito no Oriente Médio representa uma ameaça para a economia mundial.
“Este pode ser o período mais perigoso que o mundo já viu em décadas”, afirmou em um comunicado à imprensa divulgado após a publicação dos resultados trimestrais do banco no mês passado, citando as crescentes tensões geopolíticas, a campanha de aperto da política monetária do Fed e o enorme endividamento do governo americano.