SÃO PAULO (Reuters) - A indústria da construção civil voltou a elevar nesta segunda-feira sua perspectiva de crescimento para 2022, na esteira de novas medidas do governo federal para reanimar o programa habitacional Casa Verde e Amarela, informou a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
A estimativa começou o ano em alta de 2%, foi elevada em abril para 2,5% e agora passou a 3,5%, informou a entidade, apesar do cenário de inflação e alta de juros.
No início do mês, o Conselho Curador do FGTS aprovou entre outras medidas a elevação nos tetos de renda mensal de faixas do programa habitacional e reduziu juros para o programa Pró-Cotista até o final do ano.
Segundo sondagem da indústria da construção, o setor encerrou o primeiro semestre com o maior patamar de atividades desde outubro de 2021, a 51,6 pontos. O nível de 50 pontos divide crescimento de retração.
"Se crescer 3,5%, vamos voltar pro patamar de 2015", disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins, em apresentação à imprensa. "Ja tivemos 3 milhões de trabalhadores", acrescentou, referindo-se ao pico alcançado em setembro de 2014. No final de maio, o setor empregava 2,46 milhões de pessoas, segundo dados do Ministério do Trabalho.
De toda a forma, o setor marcou de abril a junho o sétimo trimestre consecutivo de crescimento, algo que não acontecia desde 1996, segundo a Cbic.
"O ano eleitoral contribuiu para a maior atividade do setor no semestre", afirmou Ieda Vasconcelos, economista da entidade.
Questionada sobre os impactos do aumento do Auxílio Brasil para 600 reais, ela estimou que pode ter uma parcela direcionada para o consumo 'formiguinha', de pequenas obras e reformas.
(Por Alberto Alerigi Jr.)