Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O procurador da República Deltan Dallagnol deixará a coordenação da operação Lava Jato em Curitiba, anunciou nesta terça-feira a força-tarefa da operação no Ministério Público Federal no Paraná.
Em nota, a força-tarefa informa que Dallagnol irá deixar a coordenação, que ocupa desde 2014, "para se dedicar a questões de saúde em sua família".
Dallagnol, que tem sido criticado pela sua ação na força- tarefa e foi alvo de várias representações no Conselho Nacional do Ministério Público, será substituído por Alessandro José Fernandes de Oliveira, outro procurador do MPF no Paraná.
De acordo com o MPF, Oliveira, que no momento está cedido a Procuradoria Geral da República para atuar no grupo de trabalho da Lava Jato na PGR em Brasília, foi o procurador mais antigo a demonstrar interesse no posto e voltará a Curitiba para assumir a coordenação da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense.
Já Dallagnol assumirá o posto original de Oliveira, o 16º ofício do MPF no Paraná.
O procurador deixa a coordenação em Curitiba, berço da Lava Jato, no momento em que a própria manutenção da força-tarefa que cuida da operação está em discussão. Na semana passada, o grupo apresentou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, um pedido para prorrogação dos trabalhos por mais um ano.
O PGR tem até o dia 10 de setembro para responder ao pedido, mas, depois de embate com o grupo de Curitiba, tem demonstrado resistência em atendê-lo. A saída de Dallagnol, que concentrou boa parte das críticas e dos embates com a PGR, pode terminar por facilitar essa prorrogação.
Atualmente, a força-tarefa é composta por 14 procuradores em Curitiba que atuam com dedicação exclusiva e 45 servidores auxiliares. Se for autorizada a prorrogação, o grupo vai continuar trabalhando até setembro de 2021.
Reportagem publicada pela Reuters na semana passada apontou que a força-tarefa de Curitiba tem 400 inquéritos em andamento com várias frentes de investigação, como casos envolvendo empreiteiras, empresas estrangeiras e multinacionais que firmaram contratos com a Petrobras (SA:PETR4). [nL1N2FN0HE]
A operação, segundo admitem integrantes da força-tarefa, vive o momento mais delicado.