Arrecadação federal cresce 6,62% em junho, a R$234,594 bi, recorde para o mês
Investing.com — "Danos já foram causados" à economia dos EUA apesar da pausa de última hora do presidente Donald Trump em muitas de suas tarifas "recíprocas", segundo analistas do Deutsche Bank.
Na quarta-feira, com mercados ao redor do mundo em turbulência, Trump revelou abruptamente uma reversão da maioria de suas tarifas punitivas e abrangentes sobre diversos países, dizendo que as adiaria por 90 dias. No entanto, Trump afirmou em uma publicação nas redes sociais que essas nações ainda enfrentariam uma "Tarifa Recíproca substancialmente reduzida" de 10%.
Crucialmente, a pausa não se aplicou à China, há muito tempo o principal foco da ira comercial de Trump. Em vez disso, ele disse que elevaria as tarifas sobre importações chinesas para impressionantes 125% — uma medida que veio depois que Pequim aumentou suas próprias tarifas sobre produtos americanos para 84%, intensificando uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A China foi a segunda maior fonte de importações dos EUA no ano passado.
Em uma nota aos clientes, os analistas do Deutsche Bank argumentaram que a medida equivalia a "alguma versão" do chamado "Trump put", ou a crença entre muitos investidores de que o presidente agirá para estabilizar os mercados em tempos de estresse financeiro.
"A administração está finalmente sinalizando responsividade às condições extremas do mercado", disseram os analistas do Deutsche Bank. "Na margem, isso deve reduzir a probabilidade de que uma combinação política tão extrema retorne."
Explicando sua surpreendente mudança de posição aos repórteres, Trump, que anteriormente havia insistido que suas tarifas elevadas permaneceriam em vigor e disse aos americanos para "FICAREM TRANQUILOS!" apesar das recentes turbulências do mercado, disse que as pessoas estavam "ficando nervosas".
Os futuros das ações americanas recuaram um pouco na quinta-feira, após o anúncio da súbita suspensão tarifária de Trump ter provocado uma forte alta nas ações na sessão anterior. Os rendimentos dos títulos também caíram, recuando de uma forte venda de títulos do governo americano que Trump pareceu citar como um dos motivos para sua decisão de adiar as tarifas.
Mas os eventos das últimas semanas "continuarão a repercutir" entre os traders nervosos, com a incerteza ainda pairando sobre a trajetória dos planos comerciais de Trump, alertaram os analistas do Deutsche Bank.
"Mesmo que as tarifas sejam permanentemente suspensas, danos foram causados à economia através de um senso permanente de imprevisibilidade na política", disse a corretora, acrescentando que, apesar das intenções da Casa Branca de continuar as negociações comerciais com nações individuais, "o desejo de construir maior independência estratégica dos EUA em todas as frentes veio para ficar."
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