SÃO PAULO (Reuters) - A forte alta do dólar nesta quinta-feira empurrava a cotação para perto de máximas históricas e o real caminha a passos largos para registrar o pior começo de ano em uma década.
O dólar à vista saltava 1,09%, a 4,2649 reais na venda, por volta de 15h45. Na máxima do dia, a moeda foi a 4,2733 reais na venda, perto do pico intradiário recorde de 4,2785 reais na venda alcançado em 26 de novembro do ano passado.
Em janeiro, a divisa acumulava alta de 6,28%, o que torna o real a moeda de pior desempenho entre 33 rivais do dólar no período.
O dólar rumava para a maior alta para qualquer mês desde agosto de 2019 (+8,51%). Considerando apenas meses de janeiro, a performance era a mais forte em uma década. Em janeiro de 2010, o dólar disparou 8,86%.
"O coronavírus realmente está preocupando pelo canal das commodities, já que existe o medo de que a economia da China desacelere", diz Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos. "As commodities estão caindo, os termos de troca estão piorando, e temos vindo de semanas de dados ruins da balança comercial. Nada está ajudando", completou.
O índice CRB de matérias-primas, referência no mercado, caía 1,2% nesta quinta-feira, para mínimas desde setembro do ano passado. O índice recua 9,1% desde o pico alcançado em 3 de janeiro.
O real voltava a figurar entre as moedas de pior desempenho no dia, junto com rand sul-africano, won sul-coreano, dólar de Taiwan, peso colombiano e peso mexicano. Iene e franco suíço, considerados ativos seguros, estavam na ponta positiva do dia, refletindo a demanda por segurança.
(Por José de Castro)