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Investing.com — O governo Trump propôs novas taxas sobre navios comerciais fabricados na China, como parte de uma estratégia para limitar a dominância de Pequim no comércio marítimo global.
O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos apresentou planos para impor tarifas aos navios chineses que transportam mercadorias, além de exigir que uma parcela das exportações americanas seja enviada em embarcações com bandeira dos EUA.
A proposta surge após uma investigação comercial sobre os setores de construção naval, transporte marítimo e logística da China, iniciada durante o governo Biden e concluída pouco antes da posse de Trump.
Os Estados Unidos constataram que a China tem conquistado participação de mercado de forma agressiva, aumentando sua fatia na construção naval comercial global de menos de 5% em 1999 para mais de 50% em 2023. O país asiático também possui 19% da frota comercial mundial e domina 95% da produção de contêineres marítimos.
De acordo com as novas medidas, navios fabricados na China que entrarem em portos americanos poderão enfrentar tarifas de até US$ 1 milhão.
Além disso, o governo pretende aumentar gradualmente a exigência de que produtos americanos sejam transportados em navios de bandeira e operação dos EUA. Inicialmente, ao menos 1% das exportações marítimas dos EUA deverá ser realizado em embarcações americanas, percentual que deve subir para 15% ao longo de sete anos. Em etapas futuras, novas exigências determinarão que esses navios também sejam construídos nos Estados Unidos.
Embora a proposta busque fortalecer a indústria naval americana, há o risco de que o aumento dos custos de transporte marítimo seja repassado aos consumidores dos EUA.
Ainda não está claro se essas medidas serão suficientes para revitalizar o setor de construção naval do país, que vem sofrendo declínio há décadas. As tarifas e exigências de transporte propostas, estabelecidas sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, estão agora abertas para comentários públicos, com uma audiência prevista para o próximo mês.
Com base em dados da Linerlytica, analistas do ING apontaram que aproximadamente 17% dos navios porta-contêineres que atracam em portos americanos são fabricados na China, embora a proporção seja provavelmente maior no caso dos navios de grande porte que operam nas rotas transpacíficas.
Os analistas destacaram que as novas medidas praticamente impediriam a gigante chinesa COSCO (HK:1199) de acessar portos dos EUA.
“Isso significa que uma parcela relevante das importações que chegam aos EUA por meio dos portos estaria sujeita a multas elevadas, já que esses custos adicionais provavelmente seriam repassados das transportadoras para os exportadores e importadores”, afirmaram.
“Além disso, considerando a expressiva carteira de pedidos de novos navios mais eficientes, mais de 60% foram encomendados a estaleiros chineses. Isso indica que a dominância da China deve aumentar nos próximos anos”, acrescentaram.
De forma geral, os analistas avaliam que as ações propostas pelo governo Trump refletem uma abordagem mais ampla do programa America First, indo além do comércio para abranger investimentos, tecnologia e empresas nacionais e estrangeiras que dependem de fornecedores operados pela China.
“Isso cria o risco de uma nova guerra comercial, ampliando as ações punitivas para além das mercadorias e atingindo uma lista cada vez maior de setores”, concluíram.
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