Por David Shepardson e David Lawder
(Reuters) - Alguns dos aumentos acentuados de tarifas dos Estados Unidos sobre uma série de importações chinesas, incluindo veículos elétricos e suas baterias, chips de computador e produtos médicos, entrarão em vigor em 1º de agosto, disse o gabinete do Representante de Comércio dos EUA nesta quarta-feira.
O presidente norte-americano, Joe Biden, manterá as tarifas estabelecidas por seu antecessor republicano Donald Trump enquanto aumenta outras, incluindo a quadruplicação das taxas de importação de veículos elétricos chineses para mais de 100% e a duplicação das taxas de semicondutores para 50%.
O gabinete do Representante de Comércio informou que um período de 30 dias para comentários públicos será encerrado em 28 de junho. A agência de comércio está buscando comentários sobre os efeitos do aumento tarifário proposto sobre a economia dos EUA, incluindo os consumidores, e sobre a possibilidade de aumentar a tarifa de 25% sobre máscaras faciais, luvas e seringas.
Também foram fornecidos códigos tarifários específicos para cerca de 387 categorias de produtos afetados, juntamente com as novas alíquotas e datas de implementação. As tarifas previstas para 2025 e 2026 terão início em 1º de janeiro para esses anos, informou o gabinete.
Os aumentos propostos nas tarifas chinesas incluem "produtos que a China pretende dominar ou produtos em setores nos quais os Estados Unidos fizeram investimentos significativos recentemente".
Washington está investindo centenas de bilhões de dólares em subsídios fiscais para energia limpa a fim de desenvolver os setores de veículos elétricos, energia solar e outras novas indústrias nos EUA, e afirmou que o excesso de capacidade de produção estatal da China nesses setores ameaça a viabilidade das empresas norte-americanas. As tarifas têm o objetivo de proteger os empregos dos EUA de uma temida inundação de importações chinesas baratas.
As novas medidas afetam 18 bilhões de dólares em produtos chineses importados atualmente, incluindo aço e alumínio, semicondutores, veículos elétricos, minerais essenciais, células solares e guindastes, informou a Casa Branca. O número de veículos elétricos pode ter um impacto mais político do que prático nos EUA, que importam poucos desses produtos chineses devido a tarifas anteriores sobre veículos.