Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os futuros dos EUA entraram no verde antes de um dia de negociações truncado. Os compradores americanos estarão em busca de ofertas nesta Black Friday, já que as empresas varejistas alertam que os consumidores pressionados pela inflação podem ser mais cuidadosos ao gastar muito nesta temporada de festas.
No outro lado do Atlântico, os trabalhadores e ativistas da Amazon na Europa planejam protestos e greves com o objetivo de interromper a enorme rede de entregas da gigante do comércio eletrônico durante seu evento de vendas de dez dias.
No Brasil, novo plano estratégico da Petrobras prevê investimentos de US$102 bilhões para os próximos cinco anos.
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1. Futuros em alta; PMI da S&P Global por vir
Os futuros das ações dos EUA apontaram para cima antes de um dia de negociações mais curto em Wall Street na sexta-feira.
Às 7h53 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia somado 0,2%, o S&P 500 futuros subia 0,1%, e o Nasdaq 100 futuros estava estável.
Os mercados nos EUA, que foram fechados para o feriado de Ação de Graças na quinta-feira, devem fechar mais cedo hoje. No último dia completo de negociações da semana, na quarta-feira, as ações subiram graças, em parte, aos dados econômicos que alimentaram o otimismo de que a campanha de aumentos das taxas de juros do Federal Reserve pode ter atingido o pico.
Os varejistas provavelmente estarão no centro das atenções, pois tentarão persuadir os clientes a abrir suas carteiras para a Black Friday, a onda anual de vendas que normalmente dá início à temporada crucial de compras de fim de ano. Porém, com a inflação alta e os custos de empréstimos elevados, muitas dessas empresas sinalizaram que os consumidores americanos podem não estar tão dispostos como de costume a gastar em itens caros durante as últimas semanas do ano.
O calendário econômico dos EUA está praticamente vazio na sexta-feira, exceto pela divulgação do índice de gerentes de compras de manufatura de novembro do grupo de informações financeiras S&P Global.
Um indicador da atividade econômica na maior economia do mundo, espera-se que o valor preliminar para este mês tenha caído para 49,8, abaixo dos 50,0 em outubro. Uma marca abaixo de 50 indica contração.
Na quarta-feira, novos dados mostraram que o número de americanos que entraram com pedido de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada. As expectativas de crescimento de preços da Universidade de Michigan também foram revisadas para cima, enquanto os pedidos de bens duráveis em outubro foram mais suaves do que o projetado.
Os investidores pareceram ver as leituras como um sinal de que, embora a economia dos EUA esteja se abrandando, ela pode permanecer resiliente o suficiente para evitar uma recessão. As esperanças de que o Fed possa interromper seu ciclo de aperto foram posteriormente reforçadas.
2. Protestos da Amazon na Europa
Trabalhadores e ativistas da Amazon (NASDAQ:AMZN) planejam uma série de protestos em toda a Europa na sexta-feira, em uma tentativa de interromper a rede de logística da gigante do comércio eletrônico em um dos maiores dias de compras do ano.
Os funcionários dos centros de atendimento e armazéns da Amazon em alguns dos maiores países do continente, incluindo a Alemanha e o Reino Unido, devem realizar ações trabalhistas na Black Friday como parte das disputas salariais em andamento. Um grupo antiglobalização na França também está convocando os manifestantes para colocar cartazes e fita adesiva nos armários de pacotes usados pelos compradores da Amazon para receber os pedidos.
Os movimentos têm como alvo o vasto sistema de entrega da Amazon durante um evento de descontos de dez dias que deve terminar em 27 de novembro. Em entrevista à Reuters, porta-vozes da Amazon na Alemanha e na Grã-Bretanha disseram que as entregas ainda serão confiáveis e pontuais.
CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com
3. Inflação japonesa se acelera
O núcleo da inflação ao consumidor no Japão acelerou pela primeira vez em quatro meses em outubro, em meio a um debate no país sobre a possível normalização da política monetária ultrafrouxa do Banco do Japão.
O núcleo do índice nacional de preços ao consumidor, que exclui os preços voláteis de alimentos frescos, cresceu 2,9% em uma base anualizada em outubro, mostraram dados do Departamento de Estatísticas na sexta-feira.
A leitura ficou um pouco abaixo das expectativas de 3%, mas foi mais rápida do que o aumento de 2,8% registrado no mês passado.
Embora o BOJ tenha ajustado sua postura ultra-dovish nos últimos meses para, de certa forma, lidar com a fraqueza do iene e o aumento dos rendimentos dos títulos, o banco não forneceu pistas claras sobre quando planeja se afastar dessa política. O governador Kazuo Ueda disse que o banco não fará mudanças até que esteja convencido de que o crescimento dos salários, que tem sido moderado na maior parte dos últimos dois anos, esteja se recuperando.
CONFIRA: Cotação dos principais índices globais
4. O petróleo aguarda a reunião da OPEP+
Os preços do petróleo foram negociados de forma mista na sexta-feira, mas permaneceram em curso para a primeira semana positiva em cinco, antes da reunião da OPEP+ da próxima semana para discutir os níveis futuros de produção.
Às 7h53, os futuros do petróleo dos EUA eram negociados 0,49% mais baixos, a US$76,72 por barril, enquanto o contrato do Brent subia 0,27%, para US$ 81,64 por barril. Ambos os contratos subiram cerca de 1% na semana, ganhando após uma longa derrota que levou os preços a quase quatro meses de baixa.
Os investidores ainda esperam que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, um grupo conhecido como OPEP+, concordem com mais cortes de oferta para impulsionar os preços.
A reunião da OPEP+ foi adiada para 30 de novembro, tendo sido originalmente agendada para domingo, o que levou a especulações de desacordos entre os países membros sobre os cortes de produção planejados.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
5. Plano estratégico da estatal de petróleo Petrobras
A Petrobras (BVMF:PETR4) anunciou investimentos de US$102 bilhões previstos no novo plano estratégico para o período entre 2024 e 2028, um acréscimo de 31% em relação ao documento anterior, que tinha estimativa de US$78 bilhões. “O aumento do capex está associado principalmente a novos projetos, incluindo potenciais aquisições; à ativos que estavam em desinvestimentos e voltaram para a carteira de investimentos da companhia; e à inflação de custos, que impactou toda a cadeia de suprimentos”, informou a estatal em fato relevante.
O plano busca “preparar a Petrobras para o futuro e fortalecer a companhia iniciando um processo de integração de fontes energéticas essencial para uma transição energética justa e responsável”, completou a Petrobras.
Analistas e investidores estavam atentos ao montante previsto para o capex, com receios de que os dividendos possam ser pressionados. O plano da companhia ainda prevê expansão de 13% na produção de petróleo no período.
Analistas do BTG (BVMF:BPAC11), Genial e Ativa apontavam como cenário mais provável valores inferiores a US$100 bi. O BTG estimava US$86 bilhões, excluindo fusões e aquisições. A Ativa Investimentos, por sua vez, projetava entre US$85 e US$90 bilhões.
A Genial Investimentos acreditava ser mais provável um valor em torno de US$85 bilhões e disse, em relatório, que se o montante superior a US$100 bilhões fosse concretizado, o capex poderia “pressionar o fluxo de caixa da empresa em termos relevantes pelos próximos dois anos e, consequentemente, o fluxo do pagamento de dividendos por esse período”.
Às 7h54 (de Brasília), as ADRs da Petrobras (NYSE:PBR) ganhavam 0,72% no pré-mercado, a US$15,40.
Enquanto isso, o ETF (NYSE:EWZ) apresentava estabilidade.