Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve emitir 650 bilhões de dólares em novas reservas de emergência para ajudar seus países membros a lidar com crises sobrepostas de saúde, alimentos, energia e inflação, disseram 140 grupos da sociedade civil em uma carta à diretoria do FMI nesta quinta-feira.
Autoridades do FMI disseram em julho que uma nova emissão de reservas de Direitos Especiais de Saque (SDR) estava entre as opções para ajudar os países que lutam com as repercussões da guerra russa na Ucrânia, mas não houve discussões ativas sobre o assunto.
O Banco Mundial alertou no mês passado sobre o risco crescente de uma recessão global como resultado da guerra, e na quarta-feira disse que quase 600 milhões de pessoas ainda estarão vivendo em extrema pobreza, com renda de apenas 2,15 dólares por dia, até 2030.
O apelo dos grupos por uma segunda grande alocação de SDR em pouco mais de um ano ocorre no momento em que autoridades financeiras globais se preparam para se reunir em Washington para os encontros anuais do FMI e do Banco Mundial.
Pedidos semelhantes vieram de legisladores e grupos empresariais nos últimos meses, embora críticos digam que uma nova emissão também entregará novos ativos à Rússia, que continua sendo membro do FMI. Os apoiadores dizem que, na prática, a Rússia terá dificuldade em encontrar qualquer país para trocar seus SDRs por moedas fortes.
Em agosto de 2021 o FMI criou e emitiu 650 bilhões de dólares em ativos de SDR para os países membros para ajudar na recuperação da pandemia da Covid-19, mas os países pobres estão pedindo mais fundos devido à inflação alta e à crescente crise da dívida.
(Reportagem de Andrea Shalal)