Por Aziz El Yaakoubi
RIAD (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta segunda-feira que até 20 países, muitos na África, podem precisar de assistência emergencial para lidar com a crise alimentar global.
Em uma conferência na Arábia Saudita, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, também disse que 141 milhões de pessoas em todo o mundo árabe estão expostas à insegurança alimentar.
O Fundo aprovou na sexta-feira uma nova janela de empréstimos voltados a choques alimentares sob seus instrumentos de financiamento de emergência existentes para ajudar os países vulneráveis a lidar com a escassez de alimentos e os altos custos decorrentes da guerra da Rússia na Ucrânia.
Georgieva afirmou que 48 países ao redor do mundo estão particularmente expostos à crise alimentar.
"Dos 48 países, cerca de 10 a 20 provavelmente pedirão (por assistência de emergência)", disse. Georgieva acrescentou que "muitos deles" estão na África Subsaariana.
"Estamos aqui para vocês", ela prometeu aos membros no evento.
O FMI reforçará o coro que defende o combate às restrições ao comércio de alimentos, a fim de aliviar a situação, e planeja financiar a janela de choque alimentar por meio de alocações de Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês) do ano passado.
Países de toda a região do Oriente Médio e além têm agido para apoiar os Estados que lutam contra a elevada inflação de alimentos e a escassez agravada pelo cenário geopolítico e pelo risco crescente de uma recessão global.
Georgieva disse em um comunicado que os países árabes do Golfo "planejam fazer mais compromissos em breve" após o recente anúncio do Grupo de Coordenação Árabe de desembolso de 10 bilhões de dólares iniciais para aliviar a crise global de abastecimento de alimentos.