SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está discutindo com bancos privados os detalhes operacionais de resgates para setores duramente atingidos pela crise do coronavírus: companhias aéreas, montadoras, empresas de energia e grandes varejistas não essenciais, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou na terça-feira de videconferência com os presidentes-executivos dos maiores credores brasileiros -- Bradesco (SA:BBDC4), Itaú (SA:ITUB4), Santander (SA:SANB11) e Banco do Brasil (SA:BBAS3) -- para discutir quais instrumentos seriam necessários.
Os presidentes do BNDES, Gustavo Montezano, e do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participaram do encontro.
Governo e bancos poderiam usar dois tipos de instrumentos para resgatar empresas com dinheiro novo: dívida conversível e empréstimos que até uma certa quantia de perda seriam cobertos pelo governo, disseram as fontes. O Tesouro garantiria aos bancos um determinado limite de inadimplência caso as empresas não pagassem a dívida no futuro, segundo as discussões. Uma das fontes disse que as negociações ainda estão em andamento, pois os bancos entendem que poderiam cooperar, mas a maior quantidade de recursos para esses setores deve vir do governo, uma vez que os riscos são considerados altos.
Procurados, BNDES e Ministério da Economia não se manifestaram imediatamente.
O jornal Valor Econômico informou quarta-feira que o BNDES pretende coordenar um sindicato de bancos comerciais para o socorro de grandes empresas de setores em dificuldades por causa da pandemia de coronavírus.
(Por Carolina Mandl e Marcela Ayres)