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Homens armados invadem estúdio de TV no Equador em meio a onda de violência

Publicado 10.01.2024, 07:43
Atualizado 10.01.2024, 07:45
© Reuters. Funcionários de emissora de TV ficam no chão durante invasão de homens armados em Guayaquil, no Equador
09/01/2024 Reuters Tv/via REUTERS

Por Yury Garcia e Alexandra Valencia

GUAYAQUIL/QUITO (Reuters) - Homens armados com explosivos invadiram uma emissora de TV que estava no ar no Equador na terça-feira, durante uma onda de violência em todo o país que levou o presidente Daniel Noboa a nomear 22 gangues como organizações terroristas a serem caçadas pelos militares.

A polícia prendeu os 13 homens que invadiram o estúdio da TC durante uma transmissão ao vivo, enquanto em outros lugares pelo menos sete policiais foram sequestrados e houve várias explosões.

"Graças a Deus, estamos vivos, porque foi um ataque extremamente violento", disse Jorge Rendon, vice-diretor do programa de notícias que foi interrompido.

Noboa, que assumiu o cargo em novembro prometendo conter a violência relacionada às drogas, declarou estado de emergência por 60 dias na segunda-feira em resposta à violência nas prisões -- incluindo sequestros de guardas por detentos -- e a aparente fuga do líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macias, no fim de semana.

Em um decreto revisado na terça-feira, Noboa reconheceu um "conflito armado interno" e identificou quase duas dúzias de gangues como grupos terroristas, incluindo o Los Choneros.

O governo disse que a violência é uma reação ao plano de Noboa de construir uma nova prisão de alta segurança e transferir líderes de gangues presos. "Eles criaram uma onda de violência para amedrontar a população", disse o almirante Jaime Vela, chefe do comando conjunto das Forças Armadas, acrescentando que o decreto tornou as gangues alvos militares.

As transferências de líderes de gangues para as prisões têm historicamente levado à violência, com centenas de presos mortos nos últimos anos. As guerras de gangues pelas lucrativas rotas de contrabando de cocaína também alimentaram a instabilidade.

O Peru declarou emergência ao longo de sua fronteira com o Equador, enquanto outras nações sul-americanas, Brasil, Colômbia e Chile, expressaram apoio ao governo de Noboa, e a China fechou sua embaixada e consulados até segunda ordem.

INVASÃO AO VIVO

A tomada do estúdio da TC em Guayaquil foi transmitida por cerca de 20 minutos. Homens usando balaclavas e, em sua maioria, vestidos de preto, empunhavam armas e abordaram os funcionários que se amontoavam no chão.

Foram ouvidos tiros e gritos, e alguns dos invasores fizeram gestos para a câmera.

"Eles atiraram na perna de um dos nossos cinegrafistas e quebraram o braço de outro. Eles fizeram disparos", acrescentou Rendon. "A polícia chegou em minutos, cercou a estação de TV e as unidades táticas intervieram."

A TC, que transmite nacionalmente, compartilha um local com outra emissora pública, a Gamavision, e várias estações de rádio.

Os agressores entraram pela recepção da Gamavision, agredindo os funcionários e deixando dinamites para trás, disse à Reuters o coordenador de notícias e repórter da TC, Leonardo Flores Moreno, afirmando que ele e outras pessoas em uma reunião conseguiram se esconder.

A polícia disse que confiscou explosivos e armas, e mostrou imagens de jovens ajoelhados com as mãos amarradas.

O canal voltou ao ar para seu noticiário noturno, com âncoras dizendo que o gabinete do procurador-geral estava no local coletando provas. Dois funcionários ficaram feridos, segundo o canal.

Na cidade de Machala, no sul do país, em Quito e na província de Los Rios, sete policiais foram sequestrados em três incidentes, informou a polícia anteriormente. Os três policiais sequestrados em Machala foram libertados no final da terça-feira, informou a polícia, e dez prisões foram efetuadas.

A polícia confirmou explosões em Esmeraldas e Los Rios, enquanto as prefeituras de Cuenca e Quito confirmaram outras, e o gabinete do procurador-geral disse que estava investigando uma em Guayaquil. A mídia também relatou explosões em Loja e Machala.

GUARDAS PENITENCIÁRIOS CAPTURADOS

A agência penitenciária SNAI disse na terça-feira que um grupo de prisioneiros escapou de uma penitenciária em Riobamba, incluindo o acusado de pertencer a uma gangue, Fabricio Colon Pico, suspeito de um complô contra o procurador-geral. Dezessete dos 39 fugitivos foram recapturados, informou o gabinete do promotor.

Onze agentes penitenciários tomados como reféns nos últimos dois dias foram libertados, acrescentou o SNAI, mas 139 agentes e outros funcionários ainda estão detidos.

As autoridades de Guayaquil disseram que houve incidentes de "tomada de controle" em cinco hospitais, mas que a polícia e os soldados haviam restabelecido a ordem. Não ficou claro o que os incidentes envolveram.

Imagens de vídeo nas mídias sociais mostraram homens armados nas ruas, trânsito parado e um helicóptero sobrevoando Guayaquil. As lojas e escritórios fecharam mais cedo em Quito.

"Eles nos disseram para sair mais cedo do trabalho", disse um morador de Quito. "Em geral, há um sentimento de medo."

© Reuters. Funcionários de emissora de TV ficam no chão durante invasão de homens armados em Guayaquil, no Equador
09/01/2024 Reuters Tv/via REUTERS

Alguns equatorianos estão questionando os esforços de Noboa para controlar a violência. Ele planeja um plebiscito este ano com foco na segurança.

As mortes violentas aumentaram para 8.008 em 2023, quase o dobro do número de 2022.

(Reportagem de Alexandra Valencia, em Quito, e Yury Garcia, em Guayaquil; reportagem adicional de Tito Correa e Karen Toro)

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